Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro, em abril, na primeira audiência semanal da legislatura. -- Foto: PAULO ALEXANDRINO/GLOBAL IMAGENS
Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro, em abril, na primeira audiência semanal da legislatura. -- Foto: PAULO ALEXANDRINO/GLOBAL IMAGENS

Marcelo recupera, mas continua no vermelho e perde na confiança para Luís Montenegro

Depois de bater no fundo em maio, Presidente da República melhora avaliação em julho, mas o saldo ainda é negativo. Eleitores da AD são a exceção e dão nota positiva.
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Depois de ter batido no fundo em maio passado, Marcelo Rebelo de Sousa recupera neste mês de julho. Continua, no entanto, abaixo da linha de água, com 37% de avaliações positivas e 53% de negativas, de acordo com a sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. E há um novo sinal de alerta para Belém: os portugueses confiam mais no primeiro-ministro (33%) do que no Presidente da República (27%), um resultado inédito nestes barómetros.

Depois de uma primavera envolta em polémicas, com os comentários controversos sobre os “comportamentos rurais” de Luís Montenegro, a lentidão de um António Costa “oriental” ou a necessidade de “pagar os custos” da escravatura e do colonialismo, Marcelo Rebelo de Sousa foi contemplado com a pior avaliação de sempre. Quando entramos no verão, e apesar de permanecer o incómodo do “caso das gémeas”, com sucessivas audições na comissão de inquérito parlamentar, o Presidente da República parece iniciar o caminho da recuperação.

Não é o suficiente, no entanto, para regressar aos níveis de popularidade do passado. Ainda que tenham aumentado as avaliações positivas (de 32% para 37%) e reduzido as negativas (de 60% para 53%), Marcelo regista um saldo negativo de 16 pontos percentuais.

Considerando todos os barómetros da Aximage para o DN, JN e TSF, é apenas a terceira vez que fica no vermelho. As outras foram em maio passado (saldo negativo de 28 pontos) e em dezembro de 2023 (saldo negativo de 17 pontos), esta última na sequência da crise política precipitada pela queda do Governo e do espoletar do “caso das gémeas”.

Positivo só na AD

Quando se analisam os resultados em cada segmento da amostra, há um único caso em que o Presidente regressa a terreno positivo: entre os eleitores da AD obteve 46% de avaliações positivas, o que lhe permite ficar um ponto acima da linha de água. Ao contrário, é nos restantes partidos à Direita que o castigo é mais pesado, em particular entre os eleitores da Iniciativa Liberal.

Outro sinal de esperança de melhores dias para Marcelo Rebelo de Sousa chega da Área Metropolitana do Porto, em que consegue tantas avaliações positivas quanto negativas (45%). No resto do país, parece mais difícil recuperar a popularidade, em particular no Norte e no Sul, regiões onde regista um saldo negativo de 24 pontos.

No que diz respeito ao género, e tal como no barómetro anterior, as mulheres são um pouco mais benevolentes (saldo negativo de 10 pontos) do que os homens (saldo negativo de 22 pontos).

Se tivermos em conta a idade dos inquiridos, destacam-se os mais jovens (18 a 34 anos), por serem um pouco menos críticos do que os outros escalões etários na avaliação ao Presidente da República, ainda que também entre aqueles o saldo seja negativo (seis pontos). 

Outros dados

Um facto inédito: É a primeira vez que um primeiro-ministro vence o Presidente da República, quando se pergunta aos portugueses em quem têm mais confiança: Luís Montenegro consegue 33% e Marcelo Rebelo de Sousa 27%.

Porto com Marcelo: O melhor resultado de Montenegro é na região Norte (42%). Mas também fica à frente no Centro, em Lisboa e no Sul. Marcelo só vence na Área Metropolitana do Porto (29%) e apenas por dois pontos de diferença.

Divisão de género: Há uma divisão de género neste jogo da confiança: os homens confiam mais no primeiro-ministro (38%), enquanto as mulheres continuam fiéis ao Presidente da República (30%), mas neste caso por apenas um ponto.

rafael@jn.pt

FICHA TÉCNICA
Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF sobre temas da atualidade nacional política. Universo: indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 801 entrevistas efetivas: 682 entrevistas online e 119 entrevistas telefónicas; 390 homens e 411 mulheres; 176 entre os 18 e os 34 anos, 215 entre os 35 e os 49 anos, 197 entre os 50 e os 64 anos e 213 para os 65 e mais anos; Norte 285, Centro 177, Sul e Ilhas 110, A. M. Lisboa 229. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 3 e 8 de julho de 2024. Taxa de resposta: 75,32%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

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