Prisioneiros de guerra ucranianos
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Russos e ucranianos realizam primeiro encontro direto durante troca de prisioneiros

Moscovo e Kiev anunciaram na noite de terça-feira que trocaram 90 prisioneiros de guerra de cada lado beligerante, após mediação dos Emirados Árabes Unidos.
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Representantes ucranianos e russos realizaram na terça-feira o primeiro encontro direto entre os dois países em quase dois anos e meio de conflito, à margem de uma grande troca de prisioneiros de guerra, informaram esta quarta-feira ambas as partes.

Moscovo e Kiev anunciaram na noite de terça-feira que trocaram 90 prisioneiros de guerra de cada lado beligerante, após mediação dos Emirados Árabes Unidos.

"Ontem [terça-feira], durante a troca de prisioneiros de guerra, representantes do gabinete do Provedor de Justiça russo chegaram pela primeira vez para registar possíveis violações dos direitos humanos", disse  esta quarta-feira o comissário para os Direitos Humanos da Ucrânia, Dmytro Lubinets, na rede social Telegram.

"Durante este trabalho conjunto, representantes dos dois gabinetes entrevistaram os prisioneiros libertados do lado russo e do lado ucraniano", acrescentou o provedor de Kiev.

Contactado pela agência France Presse (AFP) para dar mais detalhes sobre esta operação, Lubinets explicou que "esta foi uma nova iniciativa da Ucrânia, à qual o lado russo deu o seu acordo pela primeira vez".

"Foram representantes (...) e não os próprios comissários de direitos humanos que estiveram no local durante esta troca", disse o responsável ucraniano.

A sua homóloga russa, Tatiana Moskalkova, disse igualmente através da rede social Telegram que os representantes de Moscovo "reuniram-se com um representante do comissário ucraniano para os direitos humanos" e, no encontro, "trocaram informações sobre possíveis opções de regresso mútuo de civis atualmente em centros de detenção".

A Rússia e a Ucrânia trocaram centenas de prisioneiros desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022 e entregam regularmente a cada lado os restos mortais de soldados mortos na frente de combate.

No final de abril, autoridades ucranianas e russas reuniram-se no Qatar pela primeira vez desde fevereiro de 2022 para discutir a questão das crianças deslocadas pela guerra.

O encontro entre representantes dos provedores russo e ucraniano ocorreu no dia em que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura para o ex-ministro da Defesa russo Sergei Shoigu e para o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade por atos classificados como desumanos.

No ano passado, o TPI emitiu também mandados de captura contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e a comissária russa para os direitos da criança, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, acusando-os de responsabilidade pessoal por raptos de crianças na Ucrânia.

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