O presidente francês voltou a afirmar que as operações terrestres ocidentais na Ucrânia poderão ser necessárias "em algum momento", em declarações após um encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.."Talvez em algum momento -- não desejo e não tomarei a iniciativa -- seja necessário realizar operações no terreno, sejam quais forem, para contra-atacar as forças russas", declarou na conversa realizada na sexta-feira após seu regresso de Berlim, onde se encontrou com os líderes alemão e polaco.."A força da França é que podemos fazê-lo", afirmou..Na sua entrevista ao Le Parisien, o presidente francês rejeitou qualquer desacordo no seio do eixo franco-alemão sobre esta questão.."Quis vir muito rapidamente à Alemanha para não iniciar um debate sobre divergências estratégicas que poderiam existir: elas não existem", sublinhou.."Nunca houve qualquer desacordo entre mim e o chanceler. Temos pontos de vista muito semelhantes sobre os objetivos e a situação. É a forma como os traduzimos que é diferente", continuou, sublinhando as diferenças das "culturas estratégicas" dos dois países.."A Alemanha tem uma cultura estratégica de grande prudência, de não-intervenção, e mantém-se afastada da energia nuclear", explicou.."É um modelo muito diferente do da França, que tem armas nucleares e manteve e reforçou um exército profissional", acrescentou..França, Alemanha e Polónia permanecem "unidas" na sua "determinação" de impedir uma vitória da Rússia na guerra contra a Ucrânia, disse na sexta-feira Macron, ao lado dos chefes de governo da Alemanha, Olaf Scholz, e da Polónia, Donald Tusk..Macron afirmou numa conferência de imprensa que os três países manteriam a sua posição de "nunca tomar a iniciativa de uma escalada", após semanas de tensão, especialmente com a Alemanha, sobre a estratégia de apoio à Ucrânia..Por sua vez, o alemão Scholz anunciou na sexta-feira a criação de uma coligação de aliados da Ucrânia para artilharia de longo alcance, um tipo de armamento que Kiev solicita para se defender da invasão das tropas russas, iniciada em fevereiro de 2022..Com AFP e Lusa