UE devia apertar ainda mais vistos para cidadãos russos, diz comissária europeia
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UE devia apertar ainda mais vistos para cidadãos russos, diz comissária europeia

"Acho que é altura de avaliar uma abordagem ainda mais restritiva no que diz respeito à política de emissão de vistos para cidadãos russos", disse Ylva Johansson, comissária europeia cessante para os Assuntos Internos.
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A comissária europeia cessante para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, defendeu que a União Europeia (UE) devia apertar ainda mais as regras para a entrada e permanência de cidadãos russos nos países do bloco comunitário.

"Acho que é altura de avaliar uma abordagem ainda mais restritiva no que diz respeito à política de emissão de vistos para cidadãos russos", disse Ylva Johansson em entrevista à Lusa e outras agências de notícias.

Na última entrevista enquanto comissária europeia responsável pela pasta dos Assuntos Internos, Ylva Johansson disse que "o número de vistos emitidos para cidadãos russos diminuiu 90%" desde o início da invasão ao território ucraniano.

"Mas continuamos a emitir cerca de 500.000, talvez 400.000 vistos para cidadãos russos nos nossos Estados-membros todos os anos", completou.

De acordo com a informação disponibilizada pela Comissão Europeia, em 2023 a UE emitiu 448.000 vistos para cidadãos russos entrarem e permanecerem no território do bloco político-económico.

Em 2019, último ano sem restrições (entre 2020 e o início de 2022 havia restrições por causa da pandemia), os cidadãos russos representavam 27% do total de vistos Schengen emitidos.

No ano passado, Itália, França, Espanha e Grécia emitiram cerca de 80% dos vistos para cidadãos russos.

A comissária cessante explicou que o turismo impulsionou a emissão destes vistos.

"Ainda são muitos e sabemos que há exemplos de cidadãos russos que atacaram Estados-membros [acusações de espionagem ou interferência em processos eleitorais]. Assistimos a isso neste verão, de pessoas [cidadãos russos ao serviço do Kremlin] que estavam a viver disfarçados na Eslovénia", completou Ylva Johansson.

A professora de 60 anos disse que é necessário evitar a persistência de uma "abordagem hostil" por parte da Rússia.

A decisão de o fazer ou não vai fazer parte do portefólio de Magnus Brunner e, nesse sentido, Ylva Johansson considerou que também é necessário avaliar a aplicação das diretrizes europeias por parte dos Estados-membros.

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