Militares russos treinam com drones no sul do país. Ontem, 87 foram lançados contra a Ucrânia.
Militares russos treinam com drones no sul do país. Ontem, 87 foram lançados contra a Ucrânia.EPA/ARKADY BUDNITSKY

Zelensky: “Só pela força a paz pode ficar mais próxima”

Presidente assinala dois meses da ofensiva em Kursk. Sirenes soaram durante várias horas por ataque de drones contra Kiev e Odessa.
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou este domingo os dois meses da operação militar em Kursk, lembrando que “só pela força a paz pode ficar mais próxima”. O presidente disse que a incursão em território russo “ajudou imenso” e “continua a ajudar” a Ucrânia.

“Os ucranianos provaram que podem empurrar a guerra para dentro da Rússia. E com o apoio suficiente dos nossos parceiros, seremos capazes de exercer pressão sobre a Rússia exatamente na medida do necessário, para que a Rússia sinta que a guerra não lhes trará nada”, afirmou na sua mensagem diária nas redes sociais.

Zelensky explicou ainda que a operação em Kursk possibilitou a captura de vários soldados russos, abrindo a porta à libertação de mais prisioneiros ucranianos nas mãos das forças de Moscovo.  O presidente agradeceu a todos os que estão a “fazer de tudo” para “repor” o que chamou de “fundo de trocas”.

A 6 de agosto, de surpresa, os militares ucranianos entraram na região russa de Kursk, apanhando a liderança de Moscovo desprevenida e apoderando-se de várias centenas de quilómetros quadrados de território e dezenas de cidades. Mais de dois anos depois da invasão, os ucranianos retomaram a iniciativa, mas o fator surpresa já se esfumou e a Rússia alega ter recuperado uma dúzia de localidades. E reforçou os ataques na região de Donetsk, onde a Ucrânia tem vindo a recuar.

Na noite de sábado para domingo os russos lançaram também um ataque com drones contra Kiev e Odessa, que não causou danos na capital ucraniana mas atingiu armazéns e camiões no porto do Mar Negro e fez pelo menos um ferido. O ataque, com várias vagas, fez com que as sirenes tenham soado durante horas em quase todo o país - só na capital as sirenes soaram três vezes, no total de cinco horas. Os militares ucranianos dizem ter abatido 56 dos 87 aparelhos russos, alegando que outros 25 foram “perdidos” devido a “interferência eletrónica”.

Entretanto, o ministro da Defesa neerlandês, Ruben Brekelmans, esteve na Ucrânia. “Em Kharkiv (a 40 km da fronteira russa) vi as consequências dos pesados bombardeamentos russos. Apartamentos destruídos. Falhas de eletricidade. As crianças a ir à escola em bunkers. A Ucrânia só se pode defender contra isto mantendo a Rússia a uma maior distância”, escreveu no X.

Brekelmans prometeu ainda um plano de 400 milhões de euros para um programa que visa fornecer drones avançados de “reconhecimento, defesa e ataque”, metade deles desenvolvidos nos Países Baixos. “Continuamos a ter um papel de liderança no apoio à Ucrânia.” Dos 10 mil milhões de euros prometidos por este país, quatro mil milhões já foram gastos.

susana.f.salvador@dn.pt

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