Subida de preços leva oito em cada dez portugueses a reduzir gastos
Rui Manuel Fonseca/Global Imagens

Subida de preços leva oito em cada dez portugueses a reduzir gastos

 Atenção dos consumidores ao custo dos produtos redobrou nos últimos três anos e 87% compram apenas o necessário.
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Oito em cada dez consumidores gostariam de gastar mais, mas nos últimos três anos exatamente a mesma proporção viu-se obrigada a reduzir despesas. A conclusão pertence a um estudo divulgado ontem pela Cofidis Portugal, que revela também que na hora de desembolsar, 95% dos portugueses prestam atenção ao custo dos produtos, 94% refletem cuidadosamente antes de efetuar a compra e 87% admitem adquirir apenas o necessário. 

O Estudo Europeu sobre os Hábitos de Compra dos Consumidores foi conduzido pela agência internacional Harris Interactive, entre 28 de fevereiro e 8 de março deste ano, e incluiu participação de 9872 pessoas de dez países europeus, entre os quais Portugal, França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Polónia, Dinamarca, Suécia e Países Baixos. Em território nacional, a amostra foi de 1055 cidadãos.

“Compre agora pague depois” ganha força

Os hábitos de pagamento dos portugueses também sofreram alterações significativas nos últimos três anos, refletindo a simplificação e maior acessibilidade dos processos de compra, citada por 46% dos inquiridos. Já 43% atribuem esta mudança à inflação e destacam a opção buy now pay later (BNPL) - “compre agora, pague depois” - como o método de pagamento preferido, seguido pela diluição de pagamentos em três ou quatro prestações.

Neste campo, os consumidores mostram estar mais informados sobre as opções de pagamento online do que em lojas físicas. No âmbito do digital, 48% dos inquiridos afirmam conhecer a divisão de pagamentos em três ou quatro prestações, 39% dizem estar informados sobre a possibilidade de crédito e 38% indicam ter conhecimento da opção BNPL.

O cenário muda nas lojas físicas, sendo as percentagens de 42%, 40% e 38%, respetivamente.

É sobretudo na compra de eletrodomésticos, produtos tecnológicos e férias que os portugueses mais recorrem a facilidades de pagamento - tanto em contexto de e-commerce como presencialmente. Segundo o levantamento efetuado pela agência, a pedido da Cofidis, os montantes médios gastos em cada modalidade de pagamento são de 972 euros para compras a crédito, 458 euros para pagamentos em três ou quatro prestações, e 453 euros através de BNPL. Os valores comparam com uma média europeia de 1135, 734 e 684 euros, pela mesma ordem.

Uma compra online por mês

O estudo concluiu também que o cartão continua a ser o método preferido em lojas físicas para nove em cada dez consumidores. Pagamentos por Apple Pay, Google Pay, Samsung Pay ou MB Way são usados por 55% dos consumidores e, curiosamente, 45% dos portugueses utilizam pagamentos por código QR, superando a média europeia de 33%. A par, 37% pagam com recurso ao smartphone do retalhista, em comparação com a média europeia de 33%.

Ainda sobre os hábitos de consumo, 39% dos inquiridos admitem fazer compras online pelo menos uma vez por mês e 8% semanalmente, sendo a preferência sites de marcas com lojas físicas, especialmente nas categorias de eletrodomésticos, tecnologia e desporto. Já em modo presencial, 17% dos portugueses fazem compras semanalmente e 47% mensalmente, destacando-se produtos de tecnologia, eletrodomésticos, jogos e brinquedos. 

Os dados recolhidos indicam, por fim, que a acessibilidade das marcas e websites é fundamental para a maioria dos consumidores (90%) e que 75% deles tendem a repetir as compras nas mesmas lojas. No comércio online, 97% dos inquiridos em Portugal consideram que marcas de pagamento como Visa, Mastercard, PayPal ou seu banco oferecem maior segurança.

mariana.pinto@dinheirovivo.pt

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