Leonardo da Vinci: uma visão humanista na Europa do Renascimento
Tenho, evidentemente, uma profunda admiração por Leonardo da Vinci, esse espírito universal que não colocava barreiras entre as artes e as ciências e que deixou à humanidade obras excecionais tanto como pintor, escultor, desenhador ou engenheiro, inventor ou cientista. Na passagem do século XV para o século XVI, ele encarna o Humanismo e o Renascimento na Europa, com os seus avanços no domínio artístico mas também na investigação científica.
Tenho uma particular paixão pelos seus inúmeros desenhos de máquinas! Os desenhos, que se encontram nomeadamente no Codex Atlanticus, tais como o escafandro, o barco de pás, a bomba hidráulica, o carro de assalto, o rolamento de esferas,
o helicóptero, a asa articulada, o tear mecânico automático, o paraquedas, são extraordinários e visionários!
Em França, haverá muitos eventos por ocasião dos 500 anos da sua morte. Está programada uma grande retrospetiva para o outono, no Louvre, e uma exposição, A Utopia na Obra, mostrará, em Chambord, a implicação de Leonardo da Vinci nos mapas de origem deste castelo real. Mas recomendo, também, a visita ao Castelo do Clos Lucé (em Amboise, no centro da região dos castelos de Loire), restaurado há pouco tempo. Foi aí que Leonardo da Vinci, que havia sido convidado pelo rei Francisco I, viveu e trabalhou nos últimos três anos de vida. Numa grande sala encontram-se reunidas várias maquetas de diferentes máquinas imaginadas por Leonardo.
Embaixador da França em Portugal