Inovador. Cientistas criaram pilhas comestíveis

Monitorização do corpo e administração de medicamentos são as duas principais funções destas baterias inovadoras. Ao contrário das tradicionalmente utilizadas, estas pilhas não são tóxicas
Publicado a
Atualizado a

Os investigadores da Universidade de Carnegie Mellon, nos Estados Unidos da América, criaram uma pequena pilha comestível a partir de melanina, composto que confere pigmentação à pele. A bateria pode alimentar dispositivos médicos de 5 milliWatt por 18 horas sem que seja libertado qualquer resíduo tóxico no corpo humano.

O novo equipamento será útil na administração progressiva de vacinas ou de um determinado medicamento em resposta à análise realizada pelo próprio aparelho aos intestinos, avançam os cientistas no The Independent.

Embora as pilhas atualmente utilizadas para garantir o funcionamento de aparelhos médicos como, por exemplo, pacemakers tenham maior capacidade de alimentação, o seu caráter tóxico torna desaconselhável o uso (têm, na verdade, de ser isoladas do organismo.) As novas pilhas são consideradas, por outro lado, inofensivas, já que são construídas a partir de materiais naturais (a melanina pode ser encontrada na pele, olhos e cabelo.)

"Se vai usar um dispositivo todos os dias, tem de pensar sobre a sua toxicidade. Por isso, temos que começar a pensar em matérias-primas derivadas de materiais biológicos", explica Christopher Bettinger, um dos investigadores envolvidos neste estudo. "A vantagem é que qualquer aparelho ingerível, degradável não está no corpo por mais de 20 horas", acrescenta.

Os compostos de melanina são capazes de ligar e desligar iões metálicos, o que é o princípio básico de qualquer bateria. "Podemos alimentar um dispositivo de 5 milliWatt por 18 horas com recurso a 600 miligramas de melanina ativa, que é usada como cátodo (elétrodo a partir do qual a corrente abandona o aparelho elétrico polarizado)", sublinha Hang-Ah Park, investigador.

Os cientistas estão agora a trabalhar em outras baterias criadas com este mesmo princípio, utilizando, desta feita, pectina (elemento gelatinoso presente na parede celular das plantas.) O objetivo é a criação de um invólucro capaz de permitir que uma pilha comestível fique no estômago.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt