No caminho do furacão Alex, que progride para norte/nordeste sobre o Atlântico, as ilhas do grupo central dos Açores - Graciosa, Pico, Terceira, São Jorge e Faial - tinham para esta madrugada e manhã previsões de ventos fortes, com rajadas até 170 km/hora, chuva forte e ondas na ordem dos 14 metros, que podem chegar até aos 18 metros. O governo regional deu indicação para o fecho de creches, jardins-de-infância e escolas nas ilhas dos grupos central e oriental, onde a universidade e os tribunais também estão hoje encerrados..O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores fez alertas às autoridades municipais e à população e a proteção civil e corporações de bombeiros ficaram de prevenção. O tempo vai começar a melhorar hoje a partir da tarde, à medida que o furacão continuar a deslocar-se para norte..Os efeitos do Alex, que ontem ao início da tarde aumentou de intensidade e passou de tempestade tropical a furacão de categoria 1 (a mais baixa), deviam começar a sentir-se a partir da meia-noite de ontem no arquipélago, mas o Alex não chega da mesma maneira a todas as ilhas..O grupo central, sob aviso vermelho, o mais grave, para fenómenos meteorológicos extremos, é o mais afetado, "com precipitação forte que pode atingir picos de 40 litros por metro quadrado numa hora, rajadas de vento até aos 170 km/hora e ondas na ordem dos 10, 12 metros, que podem chegar aos 18 metros", como adiantou ao DN a meteorologista Vanda Costa da delegação regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA)..Também com aviso vermelho, o grupo oriental enfrentou, esta madrugada e manhã, ventos na ordem dos 130 km/hora e ondas de seis a oito metros de altura, com a previsão idêntica de chuva forte..São condições propícias à ocorrência de deslizamentos de terras, derrocadas e inundações, como assinala o serviço de proteção civil, que recomendou à população precauções para minimizar este tipo de consequências, como a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas ou a recolha de materiais soltos que possam ser levados pelo vento..Fenómeno raro em janeiro.Depois de passar a furacão, ao início da tarde de ontem, o Alex manteve a partir daí a mesma intensidade, correndo na direção norte/nordeste à velocidade de 31 km/ /hora. Mas um furacão no Atlântico nesta altura do ano é um fenómeno muito raro. Este é o primeiro a formar-se no Atlântico em pleno mês de janeiro desde 1938 e o quarto do género desde que há registos meteorológicos, ou seja, desde 1851..O nome Alex, começado pela letra A, mostra, justamente, que é ele que faz o arranque este ano da época dos furacões no Atlântico. Geralmente, ela começa em junho e prolonga-se até final de novembro, mas o Alex trocou agora completamente as voltas ao calendário, nascendo, primeiro como tempestade tropical, e desde ontem tornado furacão, logo no início do ano..Nos Açores, os preparativos para a sua chegada fizeram-se sem alarme, até porque o arquipélago, não sendo uma região habitualmente fustigada por estes fenómenos meteorológicos extremos, já passou por alguns episódios deste tipo, pelo que os procedimentos de prevenção já estão oleados..O último furacão que atingiu os Açores foi o Gordon, em 2012, mas nesse mesmo ano, um escasso mês depois, a região teve de enfrentar a tempestade tropical Nadine..Além do encerramento das creches, escolas, serviços da universidade e dos tribunais nas ilhas dos grupos central e oriental do arquipélago, também nos portos foram tomadas medidas preventivas por causa do Alex. "A autoridade marítima está de prevenção", afirmou à Lusa o comandante Cruz Martins, capitão do Porto de Ponta Delgada, em São Miguel. As embarcações foram tiradas da água e colocadas em terra e os contentores "foram retirados e guardados em zona segura para não caírem à água", garantiu..Com Lusa