O Governo, através da ministra da presidência, Maria Manuel Leitão Marques, uniu-se hoje em torno do ministro da Educação, depois de Tiago Brandão Rodrigues ter sido acusado ontem pelo ex-primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, de estar a servir "outros interesses" que não os da educação na questão dos contratos de associação com colégios privados..Numa declaração aos jornalistas, a ministra classificou de "inaceitáveis" as declarações de Pedro passos Coelho, defendendo que este "deve concretizar as suas graves insinuações"..Maria Manuel Leitão Marques voltou a repetir o argumento que tem sido utilizado pelo Ministério da Educação de que "os contratos de associação assinados em 2015 e que se encontram em vigor, serão integralmente respeitados", uma vez que os alunos atualmente a frequentar estes colégios não serão impedidos de concluir os ciclos onde estão..Os colégios, recorde-se, alegam que os contratos em causa contemplavam a abertura de cerca de 650 novas turmas em cada ano da sua vigência. Ou seja: que para além da continuidade dos alunos a frequentarem os colégios, asseguravam, até 2017/18, a abertura de novas turmas de início de ciclo..Algo que o Ministério da Educação veio recentemente esclarecer que não estará garantido já que ficou decidido que, no final de uma "análise da rede" de escolas, para a qual recebeu um mandato da Assembleia da República, não serão abertas novas turmas de início de em colégios que concorram diretamente com a capacidade existente da rede pública..Esta análise da rede, defendeu a ministra, "está a ser feita caso a caso, escola a escola, município a município", envolvendo os "delegados regionais do Ministério da Educação e os diretores das escolas [públicas] da área de influência destes colégios, sendo que a medida conta com o apoio de "todo o governo"..Maria Manuel Leitão Marques evitou ainda responder diretamente às declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que aconselhou cautela na gestão de temas de "interesse comum", defendendo que se o interesse comum se refere ao objetivo de "garantir uma educação de qualidade" para todos, então o governo está alinhado nessa preocupação.