Portugal critica teste nuclear "condenável a todos os títulos"

Portugal junta-se à lista de países que condena as ações do regime de Pyongyang. O ministro dos Negócios Estrangeiros diz esperar uma ação das Nações Unidas
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O ministro português dos Negócios Estrangeiros condenou hoje o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte e disse esperar que o Conselho de Segurança das Nações Unidas decida "medidas que possam dissuadir este tipo de comportamentos".

Augusto Santos Silva disse à Lusa que a iniciativa da Coreia do Norte "é a todos os títulos condenável, em primeiro lugar, porque viola expressamente várias resoluções internacionais e, em segundo lugar, porque acresce um fator de risco muito sensível a uma situação internacional que não está a caracterizar-se pela estabilidade".

O Governo português acompanha "inteiramente a reação de condenação enérgica dos países mais diretamente afetados e a iniciativa da presidência do Conselho de Segurança [das Nações Unidas] para convocar uma reunião de emergência para esta tarde", afirmou.

Desta reunião, o chefe da diplomacia portuguesa disse esperar que "saia uma condenação clara e também medidas que possam dissuadir a Coreia do Norte deste tipo de comportamentos".

"Não há nenhuma dúvida de que a comunidade internacional deve ser unânime na condenação do gesto da Coreia do Norte, e tem-no sido. Evidentemente, esta escalada em que o regime norte-coreano se coloca constitui ela própria uma ameaça à segurança regional e internacional", sustentou.

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Santos Silva adiantou que o embaixador português na Coreia do Sul -- que também está acreditado na capital norte-coreana, Pyongyang -- "acompanha muito de perto" a situação, mas lembrou que Portugal não tem "um interesse direto" na Coreia do Norte, onde não existem cidadãos nem interesses portugueses.

"Temos contudo portugueses e interesses portugueses na Coreia do Sul, que evidentemente é um Estado especialmente vulnerável ou sensível a estas iniciativas da Coreia do Norte", referiu.

A Coreia do Norte afirmou ter testado hoje, pela primeira vez, uma bomba de hidrogénio, uma reivindicação que ainda não foi confirmada.

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Pyongyang já tinha realizado três testes nucleares, em 2006, 2009 e 2013, o que lhe valeu sanções da ONU.

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Várias resoluções da ONU proíbem Pyongyang de realizar atividades nucleares ou ligadas à tecnologia de mísseis balísticos.

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