Relatório das Secretas sobre Tancos arrasa ministro e militares

Documento de 63 páginas diz que gestão de Azeredo Lopes foi de "ligeireza, quase imprudente"
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É um texto de 63 páginas e arrasa o ministro da Defesa e as chefias militares. Segundo avança hoje o semanário Expresso, no relatório da Secretas sobre o roubo de material militar nos paióis de Tancos está sempre subjacente uma crítica aos poderes político e militar.

De acordo com o jornal, no texto a atuação do ministro Azeredo Lopes neste caso é vista como de grande "ligeireza, quase imprudente", sendo-lhe apontadas "declarações arriscadas e de intenções duvidosas" e uma atitude de "arrogância cínica" na condução de todo o processo.

O chefe de Estado-Maior do Exército, o general Rovisco Duarte, por seu lado, é acusado de não ter tirado consequências do ato de admissão de responsabilidade.

O relatório sobre o assalto aos paióis de Tancos, que aconteceu a 29 de junho, foi elaborado em julho, segundo conta o Expresso, e considera que todo o incidente evidenciou "fragilidade de liderança e capacidade de gestão da crise, quer ao nível militar, quer ao nível político".

A Secretas entendem que caso reflete a degradação das infraestruturas e meios das Forças Armadas e contribui para sentimento de insegurança, diz o semanário, segundo o qual o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, teve uma ação "pronta e ponderada".

O relatório aponta dez cenários para a execução do assalto, ainda que apenas três sejam considerados "muito provéveis": tráfico de armamento para África, nomeadamente Guiné-Bissau e Cabo Verde, assalto promovido por mercenários portugueses contratados e ainda por grupos de jihadistas.

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