O Tribunal Constitucional (TC) rejeitou o recurso da ex-agente da CIA que vive em Portugal: Sabrina de Sousa aguarda agora a extradição para Itália, onde terá de cumprir uma pena de quatro anos prisão pelo seu papel no sequestro do islamita egípcio Abu Omar, ocorrido em Milão em 2003..A antiga espia nascida em Goa, de dupla nacionalidade (portuguesa e americana), foi um dos 26 americanos condenados pelo rapto de Omar - um dos muitos feitos no âmbito do programa norte-americano de transferências, em que suspeitos eram levados para serem interrogados em centros de detenção, no âmbito da estratégia de combate ao terrorismo após o 11 de Setembro..Sabrina de Sousa garante, no entanto, que não esteve envolvida e que não se pôde defender, uma vez que não podia usar informação confidencial do governo norte-americano. Todos os condenados tinham saído de Itália antes da decisão do tribunal em 2009, pelo que foram condenados à revelia. Alguns foram entretanto perdoados, num caso que tem causa algum embaraço às relações diplomáticas entre Itália e EUA..O próprio Abu Omar já afirmou, em entrevista, que Sabrina de Sousa devia ser perdoada pelo presidente italiano e que está apenas a ser usada como "bode expiatório" por responsáveis mais altos da CIA..O acórdão, que data de 19 de maio, foi publicado ontem no site do TC. O Constitucional era a última esperança de Sabrina de Sousa. Em abril o Supremo já tinha confirmado a decisão da Relação de Lisboa, que no início do ano tinha decidido entregar a Roma a antiga operacional dos serviços secretos norte-americanos..[artigo:1412050].A ex-agente da CIA foi detida a 4 de outubro de 2015, no aeroporto de Lisboa, pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), dando cumprimento a um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades italianas..Sabrina de Sousa sabia que corria esse risco, mas tem família em Portugal e em Goa que queria visitar. Conseguiu no país em abril porque o mandado europeu emitido pelas autoridades italianas não fazia referência à sua nacionalidade portuguesa e usou o passaporte português.