Paul Krugman defende plano B para o caso de Portugal sair Euro

O prémio Nobel da economia defende ainda que António Costa tem "pouca margem para fazer diferente do anterior governo" e que meta do défice de 3% é um erro
Publicado a
Atualizado a

O prémio Nobel da economia Paul Krugman defendeu que Portugal deve ter um plano B para o caso de ser necessário sair do euro, alertando que o governo tem "pouca margem" de manobra.Em entrevista à rádio Antena 1 e à RTP, Paul Krugman reconheceu que deve existir "um plano B", considerando que o risco de sair do euro "perdura".

Krugman lembrou que a Grécia teve um plano B, que deve ser "considerado, mas não aplicado" e sobretudo "não deverá ser divulgado na imprensa".

O prémio Nobel da Economia de 2008 admitiu estar "perturbado com a situação política na Europa", alertando para "eventuais consequências na economia dos Estados membros".

Krugman deixou ainda conselhos ao novo primeiro-ministro, António Costa, considerando que tem condições financeiras, "agora que a crise está [a ficar] para trás".

"Lutaria pelo abrandamento da austeridade, deveria estar focado no investimento, em fazer coisas que podem aumentar o défice, mas tornar a economia mais competitiva ao longo do tempo", frisou.

Krugman acrescentou também que António Costa tem "pouca margem para fazer diferente do anterior governo", frisando não concordar "com a meta do défice de 3% da Europa".

"A Europa está a cometer um grande erro quando impõe os três por cento no défice em Portugal. É um grande erro", sustentou.

Krugman mostrou-se "muito preocupado" com o crescimento da extrema-direita na Europa, argumentando que "o progresso para uma Europa mais democrática parou e pode ter sido revertido", e prevendo que vai agora "viver-se um novo abrandamento na economia".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt