Matos Correia ganha estatuto de vice-presidente
O Conselho Nacional no PSD - o órgão máximo entre congressos - vai hoje aprovar o regulamento do conselho estratégico nacional, órgão que não funcionava em pleno desde os tempos de Marques Mendes, em 2005.
O DN teve acesso ao documento que os conselheiros vão aprovar esta noite e que estabelece que o Conselho Estratégico funcionará como uma espécie de Conselho de Estado do partido, já que é um "órgão de aconselhamento no que toca às grandes questões nacionais", tendo "natureza consultiva" e que "funciona junto do presidente da Comissão Política Nacional".
O artigo 4º do regulamento estabelece que o presidente do Conselho Estratégico Nacional é "equiparado, para todos os efeitos estatutários, a vice-presidente da Comissão Política Nacional". Ora, com este movimento, Passos Coelho recupera um vice-presidente que tinha perdido no congresso de abril, altura em que José Matos Correia tinha saído da direção nacional.
O presidente do Conselho Estratégico, José Matos Correira, dá assim experiência de combate político à direção do PSD, algo que os comentadores políticos acharam que tinha ficado mais fragilizado quando em abril saíram da direção nomes como Carlos Carreiras, o próprio Matos Correia e Pedro Pinto.
O Conselho Estratégico terá também como atribuição "elaborar relatórios ou pareceres a solicitação" do presidente do partido. O órgão vai funcionar "em plenário ou em grupos de trabalho especializados, sempre o tratamento de matérias específicas o justifique".
É assim definitivamente reativado o Conselho Estratégico, que não tinha influência desde a direção de Marques Mendes. De acordo com os estatutos do PSD, o Conselho Estratégico "integra personalidades de reconhecido mérito, e competência, militantes do PSD ou independentes, e destina-se a aconselhar o presidente do partido no que toca às grandes questões nacionais."
A escolha dos membros deste órgão é estatutariamente da responsabilidade do líder, mas serão propostos por Matos Correira. Normalmente é composto por notáveis. No tempo de Marques Mendes (2005), compunham o conselho nomes de dentro e fora do partido como Ângelo Correia, Carlos Pimenta, João de Deus Pinheiro, Eduardo Catroga, Nogueira Leite, Pacheco Pereira ou João Lobo Antunes.