Marcelo, um Presidente "hiperativo" até nas viagens ao estrangeiro
"Vou ser um Presidente hiperativo." Marcelo Rebelo de Sousa tinha deixado o aviso em plena campanha eleitoral e até ao momento tem cumprido em tudo, até nas deslocações ao estrangeiro que tem feito, desde que tomou posse a 9 de março. E já lá vão quase duas mãos-cheias, da Itália (a sua primeira oficial) ao Brasil (a última na abertura dos Jogos Olímpicos), passando por Marrocos e Moçambique.
A sua primeira viagem oficial foi ao Vaticano, a 17 de março. Foi recebido pelo Papa Francisco - uma "audiência muito impressiva", como revelou na altura Marcelo - e após um almoço privado na Embaixada de Portugal na Santa Sé, com a presença do cardeal Parolin, o Presidente deslocou-se a Madrid, onde esteve com Felipe VI. Nessa mesma noite regressou para Lisboa.
A visita a Espanha deu início ao ciclo de prioridades de ação externa que Marcelo fez questão de salientar no discurso de tomada de posse. "Democracia que se enobrece com a presença de três ilustres convidados estrangeiros que nos honram, ao aceitarem os convites pessoais que formulei, correspondentes a coordenadas essenciais da nossa política externa." E os "três ilustres convidados estrangeiros" saudados por Marcelo foram o rei Filipe VI de Espanha, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e Filipe Nyusi, presidente de Moçambique.
Por isso, depois da deslocação a Madrid, o Chefe do Estado foi a Estrasburgo (12 a 13 de abril), onde privou com eurodeputados portugueses e discursou no Parlamento Europeu. O ciclo das "coordenadas essenciais" completou-se no início de maio, com a visita a Moçambique, país onde o pai de Marcelo, Baltasar, foi governador-geral, entre 1968 e 1970. Foram quatro dias de uma agenda intensa, que contou com um encontro com o homólogo moçambicano, visitou mercado, tirou dezenas de selfies e até dançou na escola portuguesa de Maputo.
Seguiram-se visitas a Berlim, Alemanha, 29 e 30 de maio, e a Paris, acompanhado do primeiro-ministro, António Costa, de 10 a 12 de junho, para comemorar, de forma inédita, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas junto dos portugueses residentes na capital francesa.
Voltaria à França, para o Campeonato da Europa de futebol, onde assistiu a três jogos. Numa destas deslocações (para ver o Portugal-País de Gales, na meia-final, em Lyon), Marcelo foi de Falcon, decidindo depois pagar os custos (cerca de 14 mil euros), contra a vontade do governo, que devolveu o cheque. Ainda na onda do desporto, Marcelo foi até ao Brasil. Depois entrou de férias, mas no horizonte há já muitos quilómetros para fazer.