422 carros destruídos no Andanças. Não há indícios de crime

Fogo obrigou milhares de pessoas a abandonar o local. "Parecia o êxodo", contou Teresa Charata ao DN
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O incêndio que esta quarta-feira ao início da tarde destruiu 422 viaturas e ainda atingiu outras nove no parque de estacionamento do Festival Andanças terá tido num "carro que se incendiou e propagou aos outros", disse ao DN o tenente-coronel Carlos Belchior, da GNR de Portalegre.

"Pode ter havido várias causas: um curto-circuito, aquecimento do escape em contacto com mato fino, sobreaquecimento do sistema elétrico, entre outros", acrescentou o oficial, garantindo que não existem "indicadores de origem criminosa".

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A GNR contactou entretanto a Polícia Judiciária para que esta no local descarte oficialmente a possibilidade de se ter tratado de um ato criminoso.

A possibilidade de o fogo ter começado num único carro já tinha sido avançada pelo presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita: "Sabemos apenas que ele [o incêndio] deflagrou no parque de estacionamento, supostamente num carro que se incendiou e depois teve um efeito de contágio".

Da parte do Andanças, a organização grantiu entretanto que " tem um seguro que cobre os danos", estando "em contacto com a seguradora para avaliar tudo".

Festivaleiros em pânico

"Parecia o êxodo. Começámos todos a sair do recinto do festival. Ouvimos explosões. Houve carros que explodiram", contou Teresa Charata, uma das participantes no Festival Andanças que foi à boleia com um amigo para o evento. "O meu amigo foi ver como estava o carro. Eu estou com as minhas filhas e saí do local, juntamente com as outras famílias. As pessoas com crianças foram todas encaminhadas para a mesma zona, estamos aqui no meio de uma estrada".

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Teresa é uma das mais de quatro mil pessoas que foram obrigadas a sair do recinto do festival Andanças devido ao incêndio que deflagrou pelas 14.00 no parque de estacionamento do evento, localizado na albufeira de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre.

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A organização confirmou ao Diário de Notícias que cerca de 100 carros terão sido afetadas pelas chamas, mas garantiu que não há feridos. O tenente-coronel Carlos Belchior, confirmou que "mais de 100 carros foram incendiados. Foi um foco de incêndio que se restringiu ao parque de estacionamento".

A zona das caravanas, do outro lado do recinto do festival, não terá sido atingida. As tendas dos participantes no evento, como a artesã Teresa, também não foram afetadas. "Vieram pessoas da zona ter connosco e oferecer-nos garrafas de água e comida. Estamos bem. Mas deixámos tudo nas tendas", contou a jovem.

Fonte da organização conta que as pessoas foram encaminhadas para um "ponto seguro", respeitando o plano de emergência que estava traçado e seguindo as indicações. Em conferência de imprensa, a responsável pela Coordenação Executiva e Sustentabilidade do evento disse ainda que a organização tem um seguro que cobre os danos resultantes do incêndio.

Cerca de 160 operacionais, com o apoio de 42 viaturas e quatro meios aéreos combateram o incêndio, segundo os bombeiros afirmaram à Lusa.

De acordo com dados divulgados na página na Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o alerta foi dado às 15:00 e o combate às chamas mobilizava, às 16:00, 159 bombeiros de várias corporações da região.

O festival Andanças, na sua 21.ª edição, dedica-se à dança, música e partilha e prolongar-se-ia até domingo. Promovido pela PédeXumbo, Associação para a Promoção da Música e Dança, o "Andanças" - Festival Internacional de Danças Populares espera receber cerca de 40 mil visitantes, numa área de 28 hectares.

A iniciativa, que conta com 10 palcos, mais de 50 grupos participantes e cerca de mil pessoas na parte logística (voluntários), tem este ano como lema "O Desafio", que serve de mote para encontros entre práticas tradicionais e artes emergentes.

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