O Governo pretende que os requisitos de acesso à profissão de taxista sejam também cumpridos pelas plataformas de transporte privado como a Uber.."Se houver uma nova tipologia de operadores de transporte eu acho que os requisitos de acesso ao mercado e à atividade devem ser homogéneos", disse hoje o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, no final de um encontro com associações do setor do táxi, em Lisboa.."A haver alterações nessa matéria, com certeza que haverá aqui equidade nos tais requisitos de acesso à profissão, acesso à atividade e ao mercado, o que significa que não vai haver custos de contexto diferenciados", acrescentou..Para o governante, trata-se de encontrar "um ponto de equilíbrio entre uma atividade fortemente regulada e com contingentes definidos" - o que, na sua opinião, "não contribuiu nos últimos anos para melhorar o serviço do serviço do táxi" - com "um cenário completamente liberalizado ao nível dos requisitos de acesso e dos preços", como o das plataformas digitais de distribuição de transporte de passageiros..As duas associações representativas dos taxistas, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e a Federação Portuguesa do Táxi (FPT), e José Mendes reuniram-se hoje após os protestos do setor do táxi na semana passada contra a concorrência de plataformas de transporte privado de passageiros com condutor, que consideram ilegais..Neste ponto, secretário de Estado e representantes dos taxistas concordam que tanto a Uber como a operadora espanhola Cabify, que anunciou pretender operar em Portugal a partir do dia 11 de maio, não têm cobertura legal para atuar em Portugal.."Encontraram uma figura de operador de transporte que não foi desenhada para o transporte ocasional", o que significa "que estão a funcionar ilegalmente [...], razão pela qual a fiscalização tem atuado", assegurou José Mendes..A ANTRAL e a FPT reafirmaram que tanto a Uber como a Cabify ou outras que possam surgir no mercado português neste contexto estão ilegais e estão a prejudicar o mercado de serviços para os taxistas.."São plataformas que não têm enquadramento jurídico e nós mantemos a nossa posição. Acho que o Governo devia fazer mais do que está a fazer", disse o presidente da FPT, Carlos Ramos..No encontro ficou definido um plano de funcionamento para o grupo de trabalho anunciado recentemente, que vai analisar o acesso à profissão e atividade de taxista e a regulamentação das plataformas digitais que queiram operar em Portugal..Além do Governo e das associações do setor do táxi, vão fazer parte do grupo as Câmaras Municipais do Porto e de Lisboa, a Associação Nacional de Municípios, a Associação do Porto de Lisboa, a Ana -- Aeroportos de Portugal e o Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT), que vai coordenar os trabalhos..A primeira reunião de trabalho deste grupo foi agendada para a próxima semana.