O governo francês pediu a Durão Barroso para desistir do emprego no grupo Goldman Sachs, juntando-se ao coro de vozes contra a nomeação do ex-presidente da Comissão Europeia para o cargo de chairman em Londres e de consultor..O secretário de Estado dos Assuntos Europeus francês, Harlem Desir, disse que a "escandalosa" escolha levanta questões sobre os conflitos de interesses na União Europeia e que as regras sobre as incompatibilidades precisam de ser apertadas e considerou que "moralmente, politicamente, eticamente, é uma falha" por parte de Barroso??????. "Apelo, pois, solenemente, a que abandone esse cargo", disse Désir.."É um erro de Durão Barroso e o pior serviço que um antigo presidente da Comissão pode fazer ao projeto europeu num momento da história em que este precisa de ser apoiado e fortalecido", disse Desir numa sessão de perguntas e respostas no parlamento francês.."O presidente da Comissão Europeia deve estar acima das pressões de interesses privados. As restrições sobre a contratação por uma empresa privada devem ser alargadas", acrescentou. Para o governante francês, esta contratação "é particularmente escandalosa tendo em conta o papel desempenhado pelo banco durante a crise financeira de 2008, mas também o papel na camuflagem das contas públicas da Grécia"..O banco de investimento, com sede nos Estados Unidos, anunciou no passado dia 08 de julho que Durão Barroso vai trabalhar na subsidiária Goldman Sachs International (GSI), em Londres..A nomeação aconteceu 20 meses depois de Barroso abandonar a presidência da Comissão, um cargo que ocupou durante 10 anos. Ou seja, apenas dois meses depois do chamado período de nojo de 18 meses que os ex-comissários têm de comunicar e pedir autorização para evitar conflitos de interesses..Provedor de Justiça Europeu pede regras mais apertdas.Em reação à notícia, o Provedor de Justiça Europeu pediu na terça-feira que as regras em relação ao período de nojo dos ex-comissários sejam apertadas..Também o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, considerou que o ex-primeiro-ministro português devia ter feito uma reflexão "política, ética e pessoal" quando foi contratado pelo Goldman Sachs..Quando um político passa para o setor privado deve "pensar na imagem que projeta", acrescentou Pierre Moscovici, sublinhando que quando terminar o mandato que ocupa atualmente como comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros da União Europeia não vai para a Goldman Sachs..Barroso disse que a sua nomeação tinha como objetivo ajudar o Goldman Sachs a mitigar as consequências do brexit e a preparar-se para saída da UE..Com Lusa