"Estes ataques não farão imperar o medo", diz o Parlamento português

Com o embaixador da Bélgica, Boudewijn Dereymaeker, presente nas galerias, o Parlamento aprovou por unanimidade um voto de "pesar e condenação" dos atentados em Bruxelas.
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No texto, proposto pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e que recebeu contributos dos partidos, lê-se que "estes ataques não farão imperar o medo ou o preconceito nem esmorecer a coragem no combate ao terrorismo e às suas causas, um esforço persistente que envolve múltiplas dimensões".

"Dure o que durar esse combate, o que importa é que as sociedades abertas nunca se deixem fechar e se mantenham sempre fiéis aos valores do Estado de Direito Democrático", lê-se ainda no voto, a cuja aprovação se seguiu um minuto de silêncio (sendo que a bandeira do Parlamento estará hoje e amanhã colocada a meia haste).

Antes do voto, todas as bancadas intervieram. Em nome do PSD, Luís Marques Guedes salientou que a ação terrorista não pode fazer esmorecer a crença em vários valores fundamentais: a igualdade de género, a liberdade de expressão e circulação, a liberdade religiosa. "Sim, queremos continuar livres", afirmou o deputado social-democrata.

Já Pedro Delgado Alves, do PS, salientou que o combate ao terrorismo não pode ser feito de outra maneira que não "com os meios do Estado de Direito". O parlamentar socialista sublinhou que os atentados na Europa - "infelizmente cada vez mais frequentes" - não podem também implicar uma política de portas fechadas aos milhares de refugiados que procuram fogem da guerra na Síria: "Os que fogem de Alepo ou de Damasco, esses também choram connosco."

No CDS, Telmo Correia disse que o tempo é de "continuar a defender a superioridade moral das democracias".

Quanto ao PCP, Carla Cruz teve palavras de viva condenação aos ataques e aos seus autores. Contudo, os comunistas não se deixaram envolver na emoção unanimista do momento, dizendo que "estes crimes não podem ser desligados" de "ingerências e agressões contra Estados soberanos" e de políticas na Europa que "aumentam a exclusão". Assim, defendeu a deputada comunista, é preciso uma "inversão de políticas", tanto nas políticas de "relações entre Estados" como nas "políticas económicas e sociais".

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