"Elevar mulheres à direção de partidos é enfraquecer o espírito partidário"
"Eu sei que dizer que as mulheres são diferentes dos homens é hoje em dia muito impopular. É muito impopular mas é verdade", diz Pedro Arroja no final de um texto publicado no domingo no blogue Portugal Contemporâneo.
Nesse texto, o economista e comentador do Porto Canal defende que a ascensão generalizada das mulheres nas direções partidárias é "um sinal da degenerescência dos partidos". Pedro Arroja constata que além do Bloco de Esquerda, liderado por Catarina Martins, também o CDS passou a ser presidido por uma mulher, Assunção Cristas, e que, no último fim de semana, no congresso do PSD, três mulheres ascenderam a vice-presidentes do partido.
Depois, defende que "o moderno partido político é uma organização sectária por excelência, como o nome indica, e uma descendência direta da seita protestante". Pedro Arroja escreve então que "todas as grandes seitas do protestantismo foram fundadas e mantidas por homens (frequentemente padres católicos) e os grandes partidos políticos tiveram a mesma característica". Porquê? Porque "o espírito masculino é mais sectário do que o espírito feminino, os homens são mais sectários do que as mulheres, sendo estas mais comunitárias do que aqueles". "Elevar mulheres à direção de partidos é enfraquecer o espírito partidário", defende.
Arroja salienta que há exceções, como Angela Merkel. Mas esta, repara o comentador, "é filha de um pastor luterano - a mais sectária das grandes correntes protestantes - e aprendeu o sectarismo em casa". Já no Brasil acontece o oposto: o PT de Dilma Rousseff "pode bem vir a desfazer-se em breve".
Os comentários de Pedro Arroja têm causado alguma polémica. Em novembro do ano passado, chamou as "meninas" do Bloco de Esquerda de "esganiçadas". Um comentário feito no Porto Canal que levou a Comissão para Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), um organismo dependente do da Presidência do Conselho de Ministros, a apresentar uma queixa por discriminação sexual ao Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto.
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Um mês depois, na mesma estação de televisão, o economista conta o que seria uma conversa com a mãe por causa da adoção por casais do mesmo sexo. "Tenho pénis, testículos, etc. E não fui eu que os fiz. Se calhar foi a minha mãe. A minha mãe já faleceu, mas eu posso facilmente imaginar eu a dialogar com a minha mãe. "Olha, tu sabes fazer pénis?", começa o seu comentário para se manifestar contra a adoção gay. "A educação dessas crianças será deficiente. Deus pôs um homem e uma mulher para conceberem um filho", disse.
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