O CDS-PP é o único partido que admite provocar a votação do Programa de Estabilidade, cuja aprovação está hoje agendada no Conselho de Ministros. Mas só decide se avança com um projeto-resolução nesse sentido "depois de analisar" o documento, disse ao DN fonte do grupo parlamentar..O que pode influenciar a decisão dos centristas será, por exemplo, que o programa contenha medidas que impliquem aumentos de impostos. "Não acreditamos muito nisso pelo que tem sido divulgado até ao momento, mas essa seria, inevitavelmente, uma razão para obrigarmos o programa a ir a votos", explicou essa mesma fonte..No entanto, há também "dúvidas" sobre as "vantagens e desvantagens" de avançar com tal iniciativa. "Se, por um lado, se obrigaria os partidos da "geringonça" a ficar na fotografia, para memória futura, por outro lado também passaria uma imagem de unidade quando votassem todos a favor", salientou.Mais certo para o CDS-PP é a vontade de contribuir para a melhoria, na sua opinião, do Programa Nacional de Reformas (PNR) do governo de António Costa. E é com esse objetivo que hoje entregam na Assembleia da República um projeto de resolução com 37 "políticas/iniciativas" em áreas bem diversas, como a fiscalidade, a segurança social, o emprego e as exportações..O partido de Assunção Cristas não deixa de criticar a "ausência" de discussão parlamentar, tanto do Programa Nacional de Reformas (ver págs 6 e 7)- que como dizem "consiste apenas em 53 slides" - como do Programa de Estabilidade. "Esperava-se que o XXI Governo Constitucional apresentasse ao país e à Assembleia da República esses dois documentos, permitindo um debate profundo", desconhecendo-se, "por isso, as previsões do governo quando a indicadores de importância tão crucial como o PIB, o desemprego, o défice ou o saldo de balança corrente e de capital", sublinha o CDS. E para esta ausência de debate apontam duas justificações: "Ou o governo planeou reformas sem cuidar de saber desse cenário, como se lhe fosse indiferente, como se as reformas não tivessem de passar do papel, ou o governo tem um cenário que não quer revelar atempadamente ao país. Qualquer uma das hipóteses fala por si.".Ontem, no plenário, Pedro Mota Soares, ex-ministro da Segurança Social e membro da comissão executiva do CDS, destacou seis eixos das medidas que o seu partido vai apresentar: valorização das exportações e captação do investimento estrangeiro como um dos pilares estratégicos; pressionar o Partido Socialista para, com o PSD e o CDS, acordarem uma reforma da Segurança Social; reconhecer o papel das empresas na criação de emprego; redução de várias taxas aplicadas a serviços e às empresas; um programa de combate ao desemprego de longa duração e formação em contexto de empresas; reanimar a promoção da agricultura e das atividades ligadas ao mar.