Nua em cima de um cavalo: Emily Ratajkowski fala de sexualidade feminina
Os cabelos negros caem-lhe pelos ombros. Tapam-lhe (ligeiramente) os seios. Está sentada em cima de um cavalo branco, sem qualquer peça de roupa. E desta forma, Emily Ratajkowski coloca a mais recente edição da revista Harper's Bazaar nas bocas do mundo.
A modelo de 25 anos, estrela do videoclipe de Robin Thicke Blurred Lines e do filme Gone Girl, mostrou uma confiança inabalável na sessão fotográfica: posou, inclusive, com corpo nu bem próximo da câmara, sem qualquer animal a servir de distração. Essa imagem, aliás, foi partilhada pela própria nas redes sociais, gerando mais de 250 mil "gostos" em apenas duas horas.
Quem folheia a revista, tem oportunidade de conhecer Ratajkowski a um outro nível. A manequim sentou-se à conversa com a autora feminista Naomi Wolf, para discutir sem medos a sexualidade feminina e defender com unhas e dentes a tão controversa selfie de Kim Kardashian nua, publicada em março deste ano.
"A Kim pode fazer o que bem lhe apetece. A ideia generalizada é que ela, quando tira uma selfie nua, está apenas à procura de atenção. Mas não é esse o problema. Uma mulher pode estar à procura de atenção e, ao mesmo tempo, fazer uma afirmação. Não são coisas mutuamente exclusivas. Por isso, defendi-a numa série de tweets. Ela enviou-me flores, agradeceu-me, foi muito querida.".
Se há algo que ainda a revolta, é o facto de as mulheres não serem livres de mostrar o seu corpo e a sua sensualidade sem serem alvo de críticas. "Isso não é correto. O sexo é normal. O desejo é normal. A atenção é normal. Isso no fundo é slut shaming [expressão inglesa para o ato de criticar uma mulher por ser promíscua]. Se uma mulher fala sobre ter sexo, é estúpida. Está a abdicar de algo", lamenta Emily.
No decorrer da entrevista, partilhou ainda a sua história de vida. Nasceu em Londres, Reino Unido, onde viveu até aos cinco anos. Foi em São Diego, na Califórnia, EUA, que cresceu. Aos 14 anos, conseguiu o seu primeiro trabalho como modelo. Já tinha corpo de mulher. "Eu atingi a puberdade antes de toda a gente. Por isso, era mais sexual do que os meus colegas de turma. Os meus professores, os meus namorados, os pais dos meus amigos não percebiam a complexidade disso. Percebi que existem ideias distorcidas de beleza que são implantadas nas jovens raparigas", explica.
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Já em fevereiro deste ano, Emily Ratajkowski abordava o tema da opressão sexual num ensaio que publicou no blogue da atriz e feminista Lena Dunham, Lenny Letter.