O brexit encolheu ingleses e chocolate

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Lembram-se de Julia Roberts, em Erin Brockovich? Ela lutava contra uma empresa que se recusava a admitir que tinha contaminado a água de uma povoação, Hinkley, com crómio cancerígeno. O crómio era inofensivo, garantia a empresa. Estava a discussão num impasse, quando um advogado dos abusadores pegou no copo de água e ia levá-lo à boca. E Julia Roberts disse: "Por falar nisso, rapazes, esta água trouxe-a de um poço de Hinkley." O advogado pousou lentamente o copo e o patrão passou o cheque. O que nos entra pela boca dentro é um poderoso argumento... Infelizmente, o Toblerone inglês chegou tarde. Pudera, ele foi consequência do brexit, como poderia ter influenciado a eleição em que só agora os britânicos souberam que deram um tiro na tablete? O Toblerone, vocês sabem, o longo pacotinho amarelo com o desenho duma montanha suíça a garantir o melhor chocolate... E aquela forma triangular que fez tradição: muitos triângulos - como montes alpinos - juntinhos, para ir partindo um a um e degustar um a um. O chocolate suíço ficou garantido, mas o brexit obrigou a que a cordilheira que era cada tablete, de muitos triângulos, passasse a raros triângulos separados por vasta planície. Menos 10% de prazer. A Grã-Bretanha também brexitou dos Alpes. No Facebook, lamenta-se o chocolate encolhido como o país: "Quero de volta o meu Toblerone!" Pois é, amarga de boca o que não soubeste defender como eleitor.

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