Marcelo recita tabuada na Cova da Moura

Publicado a
Atualizado a

Na Cova da Moura, bairro com alguns problemas, incluindo os de caixa, os jornalistas decidiram incomodar a pátria com mais um pedido de esclarecimento do Presidente. Sobre a Caixa Geral de Depósitos. A Lusa fez uma bela foto com miúdos do bairro agarrados a Marcelo e incomoda-me, como parte da pátria que sou, que outras partes bem mais importantes (os tais miúdos) tivessem de gramar perguntas sobre coisas já clarificadas. Mania dos jornalistas a de reperguntar até à náusea. Vem-lhes daqueles debates televisivos de uma hora em que, no final, passando um dos participantes pelo corredor, lhe saltam em cima e voltam a perguntar o que homem passou meia hora a explicar meio minuto antes. Então, na Cova da Moura: "Presidente, e sobre a declaração do presidente da Caixa, obrigatória ou não?" Coitaditos dos miúdos, coitado de Marcelo, coitados de nós. Marcelo: "Não digo coisas que depois fiquem os comentadores a interpretar se é branco, se é preto, se é azul, se é verde." Lá está, naquele bairro que é essencialmente mestiço, mais valia não trazer à baila confusões sobre as cores imaculadas. Mas a culpa não foi de Marcelo, foi dos que insistem. O Presidente fez - "bem explicadinho", como tão bem disse - um comunicado na sexta. E nele, desculpem lá arrogar-me em porta-voz do que não sou (conheço é bem demais as tolices da corporação), Marcelo disse: António Domingues que mostre a declaração, se não, andor. É difícil entender?

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt