E neste ano não há hijabs na ModaLisboa?

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No hospital das Nações Unidas, em Dohuk, no Norte do Iraque, um mistério: entre as jovens yazidis fugidas do Estado Islâmico, a baixa percentagem de yazidis grávidas. Entre 700 jovens e adolescentes violadas durante meses, só 5% engravidaram, quando a taxa deveria ser cinco vezes superior. No verão de 2014, o Estado Islâmico ocupou a região do monte Sinjar, berço dos yazidis, de uma religião milenar, anterior ao islamismo. Os homens foram mortos, as velhas desprezadas e as jovens feitas escravas sexuais. Um combatente islâmico comprava, violava e, quando o interesse baixava, vendia a outro. Para o Estado Islâmico, era legal. Nesta semana, a edição europeia do The New York Times publica uma reportagem em Dohuk, com o testemunho de 37 yazidis. E elas contam o que já se sabia, a escravatura, a violação e a venda a outro combatente. Uma das yazidis foi vendida sete vezes. Temiam a brutalidade e o estupro, e também ficar grávidas. Mas esta última pena, logo souberam, ser-lhes-ia poupada. Aliás, o seu dono era quem cuidava disso: obrigava--as à pílula e outros contracetivos. Essa modernidade de laboratório servia um código medieval: pode violar-se uma escrava, mas um bom muçulmano não pode ter relações sexuais com uma mulher grávida. Além de que, como gado a ser vendido, grávida não teria valor para uso sexual. Não conheço história que ilustre melhor a inexistência da mulher para estes atrasados. A pílula é para eles não pecarem...

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