Um grande plebeu

Publicado a
Atualizado a

Morreu um homem extraordinário. Em todos os sentidos da palavra. Fora do habitual. Invulgar. Pouco frequente. Que causa admiração. Impressionante. E que merece respeito.

Foi excessivo em tudo, nas virtudes e nos defeitos. Nos acertos e nos erros. Mas, no essencial, na liberdade, na dele e na dos outros, foi justo, foi certeiro, foi inflexível.

Foi simultânea e sucessivamente amado, detestado, respeitado, temido e desprezado como poucos Portugueses do seu tempo.

Não lhe devemos um programa, que o não tinha. Nem uma estratégia, com que não perdia tempo. Muito menos uma visão do mundo ou do país, que não cultivava. Mas devemos-lhe uma formidável intuição, a certeza da liberdade, à qual tudo se submete.

Por estes dias, vão sobrar os elogios. Até dos seus adversários e inimigos. A crítica também, até dos seus amigos. Essa é a sua riqueza, a de um grande plebeu, de quem tudo conhecemos e que se fez a si próprio. E que nos ajudou, para o melhor e o pior, a ser o que somos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt