Merkel e Hollande: Assad tem "responsabilidade" pelo ataque dos EUA
O presidente sírio, Bashar al-Assad, tem a "inteira responsabilidade" pelos ataques norte-americanos que tinham como alvo uma base militar do seu regime em retaliação pelo ataque químico, afirmaram hoje a chanceler alemã e o presidente francês.
"A instalação militar do regime sírio usado para os bombardeamentos químicos foi destruída na noite passada pelas operações militares americanas (...). Assad tem total responsabilidade por este desenvolvimento", disseram Angela Merkel e François Hollande numa declaração conjunta.
Os dois líderes consideram que o presidente Assad "tem responsabilidades devido ao uso repetido de armas químicas e pelos crimes contra o seu povo".
Merkel e Hollande disseram que a Alemanha e a França vão continuar a trabalhar com os seus parceiros das Nações Unidas num "esforço de responsabilizar o presidente Assad pelos seus atos criminosos".
Na declaração conjunta, a chanceler alemã e o presidente francês apelaram à comunidade internacional para "uma união de forças para uma transição política na Síria, de acordo com a resolução da ONU.
François Hollande adiantou que as duas nações foram avisadas.
[destaque:Washington informou a França e a Alemanha "uma a duas horas" antes dos ataques]
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel, considerou "compreensível" a decisão de Washington de liderar o ataque contra o regime sírio.
O Conselho de Segurança da ONU falhou na quinta-feira um acordo sobre a votação de uma resolução sobre o ataque que causou pelo menos 86 mortos, incluindo 27 crianças, e 546 feridos.
Os Estados Unidos lançaram na quinta-feira um ataque com "59 mísseis" contra a base aérea de Shayrat, que está "associada ao programa" sírio de armas químicas.
O presidente russo já classificou o ataque como "uma agressão" com um "pretexto inventado" e disse que a ação de Washington prejudica as relações entre os dois países.
Vladimir Putin "considera que os ataques norte-americanos na Síria são uma agressão contra um Estado soberano e uma violação do direito internacional, já que aconteceram sob um pretexto inventado", disse na quinta-feira à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Entretanto, na sequência do ataque dos EUA, a Rússia já pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Nós apelamos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma reunião de emergência para discutir a situação", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo através de comunicado.