Governo somali diz que 200 a 300 migrantes estão desaparecidos
O governo da Somália disse esta segunda-feira que entre 200 a 300 migrantes somalis podem ter-se afogado no mar Mediterrâneo quando tentavam fazer a travessia para a Europa. O ministro da Informação Mohamed Abdi Havir disse à agência Reuters que o governo tinha chegado a esta conclusão a partir de informação recolhida nos últimos dois dias através da diáspora somali e da embaixada somali no Egito.
"Não temos um número fixo [de desaparecidos] mas será entre 200 e 300 somalis", disse, ao telefone, à agência Reuters. "Não existe um número claro visto que não viajam legalmente". O ministro afirmou que tanto quanto sabia, um barco que transportava cerca de 500 pessoas, entre as quais 200 a 300 somalis, tinha naufragado no Mediterrâneo e "a maioria morreu". Não soube dar, no entanto, uma data certa para este acontecimento.
As declarações do ministro vêm na sequência de relatos, ao longo desta segunda-feira, de que cerca de 400 migrantes e refugiados teriam morrido num naufrágio no mar Mediterrâneo.
Nem as autoridades gregas nem as italianas e egípcias confirmaram que tivesse havido um naufrágio desta dimensão, mas este tinha sido mencionado por um diplomata somali no Egito que falava à imprensa egípcia, citado pela BBC Arabic e posteriormente pelo jornal italiano Corriere della Sera. Também haveria numerosas menções nas redes sociais, feitas por familiares, a um naufrágio de grandes dimensões.
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A guarda costeira italiana só pôde confirmar um evento não relacionado com este: o resgate de 108 migrantes e refugiados, assim como seis corpos que foram recuperados, de uma embarcação de borracha que tinha ficado parcialmente submersa este domingo.
Há exatamente um ano, cerca de 800 migrantes afogaram-se ao largo da costa da Líbia, quando o pesqueiro em que tentavam chegar à Europa colidiu com um navio que tentava resgatá-los. Foi o mais mortífero naufrágio no Mediterrâneo nas últimas décadas.