Destituição de Dilma Rousseff transforma São Paulo em zona de guerra

A manifestação pacífica contra o impeachment foi marcada através das redes sociais e tornou-se violenta após repressão da polícia
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Um protesto contra a destituição de Dilma Rousseff com milhares de pessoas no centro de São Paulo, no Brasil, transformou-se, quarta-feira, num cenário de guerra, com episódios de vandalismo e gás lacrimogéneo lançado pela polícia.

A manifestação foi marcada nas redes sociais e começou por volta das 18:00 (22:00 em Lisboa) junto ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), para protestar contra a destituição de Dilma Rousseff, aprovada na quarta-feira no Senado brasileiro.

A concentração começou de forma pacífica, com os manifestantes a saírem da Avenida Paulista em direção à Rua da Consolação, onde se verificou então uma forte reação da polícia, que lançou dezenas de bombas de gás lacrimogéneo sobre os manifestantes.

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Os manifestantes responderam com fogueiras de lixo na Rua da Consolação, transformando a zona num cenário de guerra.

Uma fonte policial explicou à agência Lusa que a reação das forças de segurança presentes no local, incluindo dezenas de agentes, se deveu a autocarros queimados nas ruas.

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Além de gritarem "Fora, Temer", numa referência ao Presidente da República empossado na sequência da aprovação da destituição de Dilma Rousseff, a mesma frase foi escrita em prédios que não estavam a ser vigiados.

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Quando o cheiro a gás já estava impregnado em toda a Rua da Consolação, os manifestantes voltaram ao local e começaram a gritar frases de ordem como "Não tem arrego", uma expressão que significa "Não vamos desistir".

"Fascistas, golpistas não passarão" foi outra das frases repetidas pelos manifestantes, num dia histórico para o Brasil, que finalizou um processo de 'impeachment' (destituição) polémico que dividiu a população.

Pelo menos, uma pessoa ficou ferida durante o protesto. O funcionário público, que não quis ser identificado, contou à agência Lusa que estava a caminho da igreja, onde ia buscar a sua mulher, quando se viu no meio das bombas de gás lacrimogéneo, sentindo-se mal. Sentado na calçada, o homem explicou, no meio de uma crise de choro, que sofre de ataques de pânico.

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A palavra "golpe" foi muito mais mencionada nesta manifestação do que no protesto do dia anterior, também no centro de São Paulo, testemunhou a agência Lusa.

Os tumultos continuaram noutras áreas do centro da cidade.

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