Corbyn pede a demissão de May por ter despedido 20 mil polícias

Theresa May é acusada de ter cortado o orçamento de segurança nos últimos anos e despedido 20 mil polícias
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A primeira-ministra do Reino Unido Theresa May está a ser criticada por ter feito cortes na despesa com as forças de segurança britânicas quando era ministra do Interior, que diminuíram em 20 mil o número de agentes da polícia. O líder do partido trabalhista Jeremy Corbyn pediu esta segunda-feira a demissão de May.

May nega as acusações de que a polícia britânica não tem recursos suficientes para lidar com as presentes ameaças e garantiu que os orçamentos para unidades e políticas antiterrorismo foram sempre protegidos.

A primeira-ministra afirma ainda que desde 2015 que os orçamentos das forças de segurança são protegidos de forma geral e que o próprio Corbyn sugeriu no passado que estes deveriam ser reduzidos.

"Sim, temos um problema. Nunca deveríamos ter cortado no número de polícias", afirmou Corbyn, o líder da oposição e do partido trabalhista, no dia a seguir ao atentado de sábado em Londres, segundo o Independent.

May foi ministra do Interior de maio de 2010 a julho de 2016, quando assumiu o cargo de primeira-ministra, na sequência da demissão de David Cameron, após o referendo do brexit.

"A polícia e os serviços de segurança devem receber os recursos que necessitam" e não cortes em 20 mil postos de trabalho, continuou Corbyn, que afirmou que May foi avisada pelas autoridades de que este corte podia ser prejudicial. Corbyn promete contratar 10 mil agentes caso vença as eleições gerais de quinta-feira.

A comissária da polícia metropolitana de Londres, Cressida Dick, disse esta segunda-feira numa entrevista que "qualquer líder da polícia iria querer sempre mais recursos", mas negou-se a falar mais sobre este assunto tão perto de eleições. "A comissária da polícia metropolitana disse que a polícia tem bons recursos e tem, e que têm poderosas capacidades contra o terrorismo e têm", argumentou a primeira-ministra.

"Nós temos protegido os orçamentos do policiamento contra o terrorismo e também demos financiamento para um aumento do número de agentes da polícia armados", continuou May, segundo o The Guardian.

Além disso, "temos dado mais poder à polícia para lidar com terroristas", continuou May. "Poderes a que Jeremy Corbyn admitiu abertamente que se opunha".

Esta afirmação foi contestada pela revista Times, que publicou um gráfico que mostra que o número de agentes da polícia que podem ter uma arma de fogo no Reino Unido tem diminuído.

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May disse hoje que a polícia já identificou todos os atacantes que no sábado mataram sete pessoas na Ponte de Londres e no mercado de Borough, num ataque que considerou visar "o mundo democrático".

A chefe do governo britânico acrescentou que o nível de alerta por ameaça terrorista contra o Reino Unido se manterá em "severo", o segundo mais alto numa escala de cinco, após o atentado, em que 48 pessoas ficaram feridas, 21 em estado crítico.

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