Teste de ADN confirma: Najim é o terceiro bombista suicida. Um quarto atacante está em fuga
Najim Laachraoui, que era procurado, desde a semana passada, por ter ligações aos atentados de 13 de novembro em Paris, fez-se explodir no aeroporto de Zaventem esta quarta-feira. As duas explosões por bombistas suicidas no aeroporto de Bruxelas causaram 11 mortos, tendo a outra sido detonada por Ibrahim el-Bakraoui.
Inicialmente, os meios de comunicação belgas avançavam que Laachraoui teria escapado com vida do aeroporto de Zaventem após o ataque, tendo largado um saco com explosivos que acabou por não rebentar. Segundo o jornal francês Le Monde, porém, Laachraoui foi identificado pelo ADN como sendo um dos homens que se fez explodir no aeroporto.
Da já muito circulada fotografia dos três suspeitos no aeroporto, continua assim por identificar o homem à direita, de chapéu preto, que estará a monte. Os outros dois são os bombistas suicidas Najim Laachraoui e Ibrahim el-Bakraoui. Um quarto terrorista não se encontra na imagem: é Khalid el-Bakraoui, irmão de Ibrahim, que se fez explodir no metro de Bruxelas, matando pelo menos 20 pessoas.
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Quem é Najim Laachraoui, o segundo bombista suicida do aeroporto?
Najim Laachraoui era um homem belga, nascido a 18 de maio de 1991 (24 anos), e criado no bairro de Schaerbeek, Bruxelas, onde ontem as autoridades belgas realizaram operações policiais. Já era procurado pelas autoridades, uma vez que o seu ADN foi encontrado em casas utilizadas pelos homens que provocaram os atentados e Paris, em novembro do ano passado.
Najim Laachraoui deixou Bruxelas em fevereiro de 2013 e viajou para a Síria. A 9 de setembro do ano passado, foi detetado a a atravessar a fronteira entre Hungria e Áustria num carro conduzido por Salah Abdeslam, o principal suspeito dos atentados de Paris, detido sexta-feira passada, no qual também seguia Samir Bouzid, que foi morto numa operação policial na semana passada. Nessa ocasião, Najim viajava com um nome falso: Soufiane Kayal.
Laachraoui terá também arrendado, sob a identidade falsa, uma casa no Sul da Bélgica onde terão sido preparados os atentados em Paris.
Dois bombistas suicidas eram irmãos já condenados na Bélgica
Os irmãos el-Bakraoui fizeram-se explodir esta terça-feira, um no aeroporto de Zaventem e outro no metro em Maelbeek, centro da capital belga. São apontados como os homens da logística dos atentados de Paris, mas há uns anos os dois irmãos el-Bakraoui não passavam de criminosos comuns.
A confirmação da radicalização chegou esta quarta-feira, quando o procurador belga confirmou que dois dos três bombistas suicidas que atacaram Bruxelas eram Ibrahim el-Bakraoui e o irmão Khalid el-Bakraoui, que já tinham sido condenadas a penas de prisão na Bélgica. Leia mais sobre os dois irmãos aqui.
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Ibrahim El-Bakraoui deixou uma mensagem que foi encontrada no lixo perto da casa em Schaerbeek onde foram descobertos também 15 kg de explosivos - e onde a polícia chegou por indicação do motorista de táxi que os levou ao aeroporto. El-Bakraoui dizia que a polícia estava atrás dele e que não queria acabar numa cela de prisão. "Sempre em fuga, sem saber o que fazer, procurado em todo o lado", terá escrito Ibrahim.
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Ibrahim el-Bakraoui foi detido na Turquia em junho de 2015
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan afirmou esta quarta-feira em conferência de imprensa Ibrahim el-Bakraoui tinha sido detido na Turquia em junho de 2015 e deportado em julho. O presidente lamentou que a Bélgica não tenha aprofundado as suspeitas turcas de que el-Bakraoui tivesse ligações a grupos terroristas.
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A procuradoria federal belga e o governo belga ainda não confirmaram nem desmentiram as afirmações de Erdogan.
Notícia alterada às 18.30: Ao contrário do que se lia anteriormente, Najim Laachraoui não é o homem do chapéu na fotografia divulgada pelas autoridades belgas que mostra três homens no aeroporto de Zaventem. O homem de casaco branco e chapéu permanece por identificar e a monte. Laachraoui morreu com a bomba que detonou no aeroporto, juntamente com o bombista suicida Ibrahim el-Bakraoui e várias vítimas mortais.