"Há vontade da UE e do Mercosul de que o acordo se faça até ao fim do ano", disse Margarida Marques à agência Lusa, num intervalo do seminário sobre o futuro acordo entre os dois blocos..Vários ministros sul-americanos presentes no seminário também defenderam a possibilidade de ser anunciado um "acordo político" entre os dois blocos durante a 11ª. Conferencia Ministerial da Organização Mundial do Comércio que terá lugar em Buenos Aires de 10 a 13 de dezembro próximo..Segundo Margarida Marques, o sucesso do compromisso depende de progressos na abertura do mercado interno entre os países do Mercosul e da apresentação por parte deste grupo de Estados de "uma proposta mais ambiciosa"..Os 28 países da UE e os quatro do Mercosul negoceiam há 18 anos (desde 1999) a livre circulação de bens e serviços, sem conseguirem progressos significativos, mas a intenção manifestada pela nova administração dos Estados Unidos de colocar barreiras ao comércio internacional para proteger o mercado interno do país parece ter facilitado a aproximação entre europeus e sul-americanos.."A nova administração norte-americana trouxe àquela região [América do Sul] novos desafios geoestratégicos", disse Margarida Marques..Europeus e sul-americanos estão de acordo que o setor da agricultura é o que pode criar mais problemas para que um compromisso seja alcançado.."O grande desafio que se coloca é o do setor agrícola", disse a secretária de estado portuguesa, acrescentando que os produtos agrícolas do bloco sul-americano, para chegarem à Europa, "têm de respeitar os critérios exigentes de qualidade alimentar europeus"..Para Margarida Marques, "há setores em Portugal, nomeadamente o agrícola, que se interroga sobre o acordo", mas os benefícios são grandes, nomeadamente as oportunidades de exportação para as empresas..No seminário, a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malsmtröm, referiu que o acordo representa "uma janela de oportunidades" e um "novo impulso" para ambas as regiões..O comércio internacional apresenta-se com novas regras e novas realidades, pelo que, enquanto uns querem construir muros, a UE deve "construir pontes", declarou ainda a responsável europeia citada pela agência Efe, no evento subordinado às relações comerciais entre os dois blocos.