A oposição defendia a votação por voto secreto, argumentado que tal permitiria a deputados do partido de Zuma, o Congresso Nacional Africano (ANC), contrariarem a disciplina partidária e votarem a favor da moção sem o receio de represálias políticas do partido..A decisão do Constitucional estipula que a decisão de optar, ou não, pelo voto secreto, cabe à presidente do Parlamento, Baleka Mbete, membro do ANC e aliada de Zuma, que anteriormente afirmara não ter competência para determinar que o voto fosse secreto.."A presidente da Assembleia Nacional tem o poder constitucional de ordenar que a votação de uma moção de censura contra o presidente seja feita por voto secreto", afirmou o juiz Mogoeng Mogoeng, citado pela imprensa local..O Parlamento sul-africano é composto por 400 deputados, 249 dos quais do ANC, pelo que a oposição precisa do voto de pelo menos 50 deputados do partido de Zuma para que a moção seja aprovada..A oposição apresentou a moção na sequência de uma polémica remodelação ministerial realizada em março, na qual Zuma nomeou uma dezena de aliados para cargos no governo..O debate da moção estava previsto para 18 de abril, mas o Parlamento aceitou o pedido da oposição para que o adiasse até haver uma decisão do Constitucional..Uma nova data para o debate tem ainda de ser marcada..A oposição acusa Zuma de corrupção e de favorecimento de empresários próximos em prejuízo da economia nacional..Jacob Zuma, eleito presidente em 2009, regista nos últimos meses altos níveis de impopularidade, sobretudo depois de ter demitido, em março, o respeitado ministro das Finanças, Pravin Gordhan..A demissão de Gordhan suscitou divergências dentro do próprio ANC e levou milhares de cidadãos a manifestarem-se nas ruas para exigir a renúncia de Zuma..Jacob Zuma termina o segundo mandato em 2019 e deixa a presidência do ANC em dezembro deste ano.