Rui Moreira fica com Habitação e entrega Urbanismo a Rui Loza
O presidente da Câmara do Porto decidiu hoje assumir o pelouro da Habitação e Ação Social e atribuir o do Urbanismo a Rui Loza, eleito independente que até agora não tinha pelouro, disse à Lusa o adjunto do autarca.
A decisão do autarca independente surge depois de os socialistas Manuel Pizarro e Manuel Correia Fernandes terem, esta manhã, devolvido os pelouros que detinham na Câmara do Porto -- da Habitação e Ação Social e do Urbanismo, respetivamente.
O presidente da Câmara do Porto passa, assim, a deter os pelouros da Habitação e Ação Social, da Cultura, da Proteção Civil e do Desporto e Lazer, ao passo que Rui Loza, representante da autarquia na Porto Vivo -- Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), fica a tutelar o Urbanismo.
O executivo da Câmara do Porto é composto por 13 elementos: seis da lista independente de Rui Moreira, três eleitos pelo PSD (um deles tem o pelouro da Economia), três do PS (dois detinham pelouros desde o início do mandato na sequência de um acordo pós-eleitoral com Moreira) e um da CDU.
Com a reorganização feita hoje, o executivo fica os seguintes vereadores com pelouro: Rui Moreira (presidente e pelouros da Cultura, Habitação e Ação Social, Proteção Civil, Desporto e Lazer), Guilhermina Rego (vice-presidente e pelouro da Educação, Organização e Planeamento); Filipe Araújo (Inovação e Ambiente), Cristina Pimentel (Mobilidade); Manuel Aranha (Comércio, Turismo e Fiscalização) , Rui Loza (Urbanismo) e Ricardo Valente (eleito pelo PSD, tem o pelouro da Economia).
Sem pelouro ficam os três vereadores do PS, Manuel Pizarro, Manuel Correia Fernandes e Carla Miranda, dois dos vereadores eleitos pelo PSD (Amorim Pereira e Ricardo Almeida) e o vereador eleito pela CDU (Pedro Carvalho).
O PS anunciou hoje que Manuel Pizarro e Correia Fernandes entregaram os pelouros que lhes tinham sido atribuídos, justificando tratar-se de um "imperativo ético", em face "da decisão de Rui Moreira [de rejeitar o apoio do PS à sua recandidatura] e da natural decisão do PS de apresentar uma candidatura própria às eleições autárquicas".
Em comunicado, o PS diz que Pizarro, Correia Fernandes e Carla Miranda "exercerão até ao fim do mandato o cargo para o qual foram eleitos, sempre com a mesma postura construtiva que até agora revelaram".
Manuel Pizarro anunciou no sábado que é o candidato socialista à Câmara do Porto.
A decisão do PS de avançar com um candidato próprio à Câmara do Porto surgiu um dia após o movimento independente de Rui Moreira -- Porto, O Nosso Partido ter anunciado que prescindia do apoio dos socialistas à recandidatura do autarca.
A Comissão Política do movimento independente Rui Moreira -- Porto, O Nosso Partido anunciou na sexta-feira que, "nas condições atuais, não aceita o apoio do PS", recusando "condicionalismos, porque isso coloca em causa a independência da candidatura".
Em entrevista à SIC, Rui Moreira afirmou na sexta-feira à noite que pretendia contar com o socialista Manuel Pizarro na sua lista de recandidatura, mas nunca numa segunda posição.
O autarca criticou os socialistas por, pela voz da sua secretária-geral-adjunta, ter tentado "fazer crer que há uma coligação informal" entre o PS e o movimento independente que apoia Rui Moreira.
Questionado sobre se pretendia incluir na sua lista Manuel Pizarro, Moreira disse esperar contar com ele "pela competência, pelo seu desempenho, não por ser dirigente ou militante socialista".
Em julho de 2016, Moreira delegou o pelouro da Economia em Ricardo Valente, um independente eleito pela lista do PSD.
Nessa altura, o autarca assumiu o pelouro da Proteção Civil, depois de Manuel Sampaio Pimentel (CDS/PP), que morreu em novembro, ter suspendido o mandato.
Pimentel foi, então, substituído por Rui Loza, o nome que se seguia na lista do independente Rui Moreira, e que até agora esteve sem pelouros no executivo.
Moreira assumiu em novembro de 2015 o pelouro da Cultura, na sequência da morte do seu vereador Paulo Cunha e Silva.
Manuel Aranha, militante do CDS/PP e sétimo da lista do independente, assumiu, na ocasião, o pelouro do Comércio e Turismo, competências que, até então, estavam na posse do presidente da Câmara.