"Havendo privados com interesse, o Estado não tem interesse em ser acionista relevante da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) Internacional. Não faz sentido. Estamos a falar de um negócio. O Estado tem interesse em mobilizar parceiros para concretizar a sua estratégia de transformar Cabo Verde num "hub" internacional de passageiros e carga", disse Olavo Correia. .O ministro das Finanças falava hoje aos jornalistas, na cidade da Praia, no final da primeira reunião do ano da missão de avaliação do Grupo de Ajuda Orçamental (GAO), onde a situação da companhia aérea pública esteve uma vez mais em análise..O Governo de Cabo Verde adiantou recentemente estar a trabalhar em dois cenários para reestruturação e privatização da operação internacional da TACV, que passará pela criação de uma nova companhia, livre dos atuais cerca de 100 milhões de euros de passivo..O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva tinha dito anteriormente, em entrevista à agência Lusa, ser "evidente que o Estado terá uma posição na companhia TACV para os voos internacionais"..Refugiando-se na ideia de que "o segredo é a alma do negócio", Olavo Correia, escusou-se a dar detalhes sobre os cenários em cima da mesa, reforçando que o princípio para o negócio internacional é que seja rentável.."Se o negócio for rentável, teremos privados para viabilizar o negócio. Não haverá necessidade de uma intervenção importante do Estado ao nível desta operação. Esta é uma questão de princípio e, no momento próprio, apresentaremos a proposta efetiva", disse.."O serviço público são os voos domésticos, o internacional é o negócio para viabilizar o conceito de "hub". Cabo Verde tem potencial para o ser, mas não tem que ser pela via de uma empresa pública, tem que ser pela via de uma empresa privada e é possível mobilizar parceiros internacionais e nacionais privados num negócio rentável", acrescentou..Sem excluir uma participação do Estado na futura companhia, Olavo Correia garantiu que "não haverá transferência de um centavo do Orçamento do Estado para viabilizar a TACV internacional"..O ministro adiantou estar a "poucos dias de poder apresentar uma solução global para a TACV Internacional", ressalvando que ficará depois por resolver o passivo da empresa e as indemnizações decorrentes "do processo de despedimento inevitável" na companhia.