Segundo Carlos Carreiras, o atual Governo tarda em avançar com o investimento necessário na Linha de Cascais, que precisa de requalificação da infraestrutura ferroviária e do material circulante..O autarca, que falava num debate do 'International Club of Portugal', em Lisboa, explicou que durante o Executivo de coligação PSD/CDS-PP, as câmaras de Cascais, Oeiras e Lisboa chegaram a acordo que o Estado "fazia o investimento na infraestrutura" com fundos europeus e, através de uma concessão, o operador "investia no material circulante"..O projeto não terá avançado devido à proximidade das eleições legislativas e, segundo Carlos Carreiras, apesar do futuro concessionário ter de garantir um acréscimo de serviço e não poder "ter um preço superior" ao atualmente praticado, o novo Governo do PS informou que a iniciativa não iria por diante "porque o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda não deixam fazer privatizações"..O também coordenador autárquico do PSD apontou "incoerência" daqueles partidos quando na margem sul do Tejo os operadores de transportes, em autarquias de maioria de esquerda, funcionam através de concessões, e adiantou que as verbas comunitárias acabaram por ser transferidas para a Carris e o Metropolitano de Lisboa e os STCP no Porto.."Não há decisão nenhuma. O atual ministro [do Ambiente] continua calado, mudo e quedo", criticou Carlos Carreiras..Perante os convidados do ICP e em resposta a uma pergunta colocada por um participante, o autarca disse não querer anunciar a solução, mas arriscou "ler o futuro"..Apesar de reconhecer que "ninguém vai ter a coragem de acabar com a Linha de Cascais no sítio onde está", incluindo devido ao "'lobby' dos sindicatos e dos ferroviários", Carlos Carreiras apontou que não se poderá "perder o momento" da nova concessão da Autoestrada de Cascais, onde "está previsto que têm de alargar mais uma faixa para cada lado".."Ora imagine-se o que é abrir mais uma faixa para cada lado para pôr lá carros. É um erro do ponto de vista ambiental, do ponto de vista de sustentabilidade, e, portanto, o que eu posso imaginar é uma linha de espaço dedicado" para transporte coletivo, avançou..O autarca esclareceu que este 'metro-bus', ou 'BRT' (na sigla em inglês de 'Bus Rapid Transit') como se designa no Brasil, permitirá assegurar, num veículo movido a energias renováveis, "a mesma capacidade ou superior de transporte de pessoas de Cascais para Lisboa"..Além disso, acrescentou, com a vantagem da Linha de Cascais ser hoje mais turística, porque as pessoas já não vão trabalhar para a Baixa de Lisboa, mas para outras áreas mais a norte da cidade.."Esta linha de 'BRT' pode servir para chegar à Segunda Circular e levar a Benfica, onde se tem todo um conjunto de transportes públicos para distribuir pela cidade", anteviu Carlos Carreiras, desabafando, porém, que "isso vai resolver um problema urgente e emergente, mas vai matar a Linha de Cascais".