Em declarações à agência Lusa, no âmbito do dia internacional da criança, que hoje se comemora, o presidente daquela associação, Manuel Vapor, disse haver falta de interesse das autoridades em integrar a criança albina no meio de outras crianças.."Nessas ocasiões [comemorações] a criança albina é esquecida. Se não fossem esquecidas, este momento seria de contacto permanente com a associação para saberem do estado delas e inseri-las nessas comemorações, mas infelizmente isso não acontece", lamentou o responsável..Manuel Vapor diz mesmo que são as instituições públicas "que não dão qualquer interesse à criança albina nestes períodos festivos", algo que a associação quer ver revertido..Constituída em 2013, a Associação de Apoio dos Albinos de Angola continua a registar casos de fuga à paternidade e falta de registos de crianças albinas, além da rejeição de crianças órfãs no seio das famílias.."Temos na associação crianças que até ao momento não estão registadas, estamos a procurar formas de encontrar soluções para o registo delas. São cerca de 10 crianças que continuam sem registo", sublinhou Manuel Vapor..O albinismo é um distúrbio congénito caracterizado pela ausência completa ou parcial de pigmento na pele, cabelos e olhos, caraterísticas que em algumas culturas são invocadas para práticas de superstição e de feitiçaria..Em Angola, adultos e crianças, segundo a associação, continuam a ser vítimas sobretudo de estigma e discriminação.."A associação não tem grande peso para poder dar mais ou menos soluções pontuais a essas situações, muitas crianças órfãs continuam à deriva porque há familiares que não aceitam cuidar dessas crianças quando perdem os pais", admitiu ainda o responsável..A Associação de Apoio dos Albinos de Angola conta mais de 500 albinos inscritos como sócios e realiza atividades de sensibilização social e convivência com a pessoa albina há 11 anos.