"O Reino Unido é o segundo maior mercado de importação de vinho em valor e em volume. É um mercado que tem uma capacidade de influência para os consumidores internos, mas também para outros mercados que querem exportar para o Reino Unido", explicou à agência Lusa o presidente da APCOR, João Rui Ferreira. .O Reino Unido está fora do top cinco dos principais destinos das exportações, representando apenas 3,1% do total (29 milhões de euros) da cortiça portuguesa vendida para o estrangeiro..O ano de 2016 registou uma quebra de 7% face aos 31,2 milhões de euros de 2015, a primeira descida em pelo menos oito anos. .O país esteve ausente das campanhas de promoção durante três anos, mas na campanha global InterCork III é aquele com o segundo maior orçamento, atrás apenas dos EUA. .O investimento na sétima campanha de comunicação e promoção da cortiça portuguesa no mundo desde 1999 é de 7,8 milhões de euros. .A campanha é cofinanciada por fundos comunitários e contempla 10 mercados internacionais: EUA, França, Alemanha, Itália, China, Brasil, Espanha, Suécia, Dinamarca, além do Reino Unido.."O Reino Unido influencia muitos mercados: África do Sul, Chile, Argentina, Austrália e mesmo alguns países europeus mais maduros", justifica João Rui Ferreira. .O setor da cortiça bateu em 2016 todos os recordes, ao alcançar 937,5 milhões de euros em exportações, mais 4% do que os 899,3 milhões de euros de 2015. .A indústria exporta 90% da produção para 133 países, sendo que a rolha de cortiça se mantém como "produto premium", com um peso de 72% no total das exportações face aos materiais de construção (25%) e outros produtos (3%)..A APCOR tem como objetivo alcançar os mil milhões de euros em exportações, mas o presidente admite que este valor poderá só ser alcançado no próximo ano..Os números preliminares dos primeiros cinco meses de 2017 apontam para um crescimento de 3,5% face ao período homólogo de 2016, mas o responsável mostra cautela. ."A nossa ambição era atingir já os mil milhões de euros em 2017. Vamos ver se é possível. Parece-me difícil conseguirmos em 2017, mas certamente em 2018", vincou. .O presidente da APCOR está em Londres para a primeira ação de promoção neste mercado, a decorrer hoje e sábado, em colaboração com a dupla de arquitetos e designers Bompas & Parr e o professor de psicologia da Universidade de Oxford, Charles Spence..Intitulada "Prova neurológica: A grande experiência da Cortiça", pretende demonstrar como os sons, aromas e sensações associados à abertura de uma garrafa de vinho ativam o cérebro e influenciam as papilas gustativas.