A Câmara de Lisboa vai criar um fundo de mobilidade urbana, de 15 milhões de euros, para financiar a gestão da rodoviária Carris em 2017, suportado por receitas do estacionamento, multas e do Imposto Único de Circulação..Falando hoje nos Paços do Concelho, na apresentação do orçamento para 2017, o vereador das Finanças assinalou que, "pela primeira vez", o orçamento municipal vai contemplar este fundo, visando "permitir que o município assuma com a tranquilidade necessária esse momento histórico" que é a passagem do Estado para a Câmara da gestão da Carris..De acordo com João Paulo Saraiva, o fundo de mobilidade urbana será suportado pela "receita gerada pelo estacionamento público [gerido pela Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa - EMEL], pelo Imposto Único de Circulação e pelas multas de trânsito"..Sobre as multas de trânsito, precisou que em causa estão infrações relacionadas com o estacionamento e com a velocidade em zonas com radares..A receita relaciona-se, também, com a passagem para a autarquia da gestão do trânsito, que ainda se encontra na alçada da Polícia de Segurança Pública (PSP), referiu, lembrando que "o município vai assumir toda a gestão do trânsito".."A PSP vai intervir apenas em caso de acidente", acrescentou..Relativamente ao estacionamento, assinalou que se prevê que, dos 15 milhões, oito milhões sejam suportados por esta receita, que é liquidada pela EMEL e entregue à câmara..Ainda assim, "não há necessidade de mexer nas tarifas" e "todo o tarifário se vai manter", garantiu.."Em termos pessoais, é um enorme orgulho pertencer a esta equipa quando o município consagra, no seu orçamento, as dotações necessárias para levar a cabo esta operação", disse o autarca, referindo-se à municipalização da Carris..Questionado se esta verba representa todo o valor que será aplicado na gestão da rodoviária no próximo ano, o autarca referiu que se tentaram "conjugar as disponibilidades do município e as necessidades que, de momento, estão diagnosticadas do lado da Carris".."É um sinal claro de que o município está empenhado em assumir esta responsabilidade e tem condições para o fazer", assegurou..Acresce que tal medida vai "transformar, de uma vez por todas, a cidade de Lisboa numa cidade da Europa", frisou.."Contam-se pelos dedos da mão as capitais europeias onde as autarquias não têm uma forte componente nos transportes públicos", apontou o responsável..O objetivo é "aumentar a eficiência e a qualidade" destes transportes, vincou..Já quanto a uma possível passagem para a câmara da gestão do Metropolitano, João Paulo Saraiva afirmou que o município está "em negociações com o Governo", mas "seja qual for o resultado final das negociações o município está a preparar-se"..O orçamento municipal para o próximo ano é, ao todo, de 775,1 milhões de euros.