Uma ação popular em representação de mais de mil autores contra a atuação do Banco de Portugal, do governador, Carlos Costa, e do Estado no caso BES deu entrada no Tribunal Administrativo de Lisboa, revelou o representante dos queixosos..Em comunicado, os advogados António Pereira de Almeida e Maria do Carmo de Araújo Pereira, da Pereira de Almeida & Associados, afirmam que ação reclama "uma indemnização pelos danos causados, com fundamento nas falhas graves de supervisão prudencial e comportamental que permitiram que a situação tivesse ocorrido ao longo do tempo, sem que tivessem sido tomadas oportunamente as medidas corretivas que a lei facultava"..Em causa estão ainda as "afirmações enganosas do governador [do Banco de Portugal]" que, sustentam, "causaram uma falsa confiança no BES [Banco Espírito Santo], que deu azo a que os lesados continuassem a investir e não tivessem tomadas as decisões adequadas para evitar os prejuízos"..A agência Lusa tentou obter uma reação do Banco de Portugal que, contudo, não se pronunciou até ao momento..Num comunicado emitido na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) adiantou que correm termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) sete inquéritos autónomos e 220 inquéritos apensos a um dos primeiros, todos relacionados com o denominado "Universo Espírito Santo"..Os inquéritos apensos, adianta-se, respeitam a queixas apresentadas por pessoas que se consideram lesadas pela atividade desenvolvida pelo BES e pelo Grupo Espírito Santo (GES).."Em causa estão suspeitas da prática de crimes burla qualificada, falsificação de documento, falsidade informática, fraude fiscal, infidelidade, abuso de confiança, branqueamento e corrupção no setor privado", diz a PGR.