Um filme metodicamente realista

A Lei do Mercado, Stéphane Brizé
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Na competição do Festival de Cannes de 2015, dois títulos franceses distinguiram-se pelas respetivas temáticas sociais: Dheepan, de Jacques Audiard, sobre um pequeno grupo de refugiados do Sri Lanka em França (ganhou a Palma de Ouro, tendo estreia portuguesa marcada para 12 de Maio), e este A Lei do Mercado, de Stéphane Brizé, que valeu a Vincent Lindon o prémio de melhor ator (mais tarde, foi também distinguido com o César da mesma categoria).

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O menos que se pode dizer é que o seu mergulho nas relações de trabalho no interior de um grande supermercado lhe confere uma fortíssima atualidade temática e simbólica. No centro da ação está a personagem de Lindon (brilhante!), um segurança empurrado para um dilema moral que, em última instância, pode fazer com que perca o seu emprego. Acima de tudo, Brizé sabe manter o seu filme num registo metodicamente realista (muito bem sustentado pela direção fotográfica de Éric Dumont) que nos leva a olhar cada personagem como uma entidade que supera sempre qualquer simplificação "simbólica" ou "militante".

Classificação: ***

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