Sob o signo de Isabelle Huppert

O que está por vir, Mia Hansen-Love
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Conhecíamos a francesa Mia Hansen-Love através de alguns títulos curiosos, incluindo o melodrama nostálgico Um Amor de Juventude (2011). Seja como for, creio que ela nunca fez nada tão complexo e tão depurado como este filme.

Há uma razão primordial para que tal aconteça e chama-se Isabelle Huppert: no papel de uma professora de filosofia que tem de enfrentar uma avalancha de problemas particulares (a traição do marido, a degradação do estado de saúde da mãe, etc.), a atriz volta a mostrar uma incrível maleabilidade dramática e emocional, avessa à redução dos comportamentos a qualquer matriz mais ou menos "simbólica".

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Acontece que a realizadora sabe integrar a sua admirável intérprete numa teia de acontecimentos em que sentimos a subtil, por vezes perturbante, conjugação dos episódios pessoais com os rituais (e valores) da vida social. No limite, cada personagem confronta-se com a possibilidade apostar nos enigmas do seu destino, porventura prolongando o voto de Pascal, referência invisível e modelar cujo pensamento assombra a ação.


Classificação: ****

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