"My name is Prince, the one and only"
A morte do cantor foi confirmada pela sua agente.
"É com profunda tristeza que confirmo que o lendário e icónico intérprete, Prince Rogers Nelson, morreu na sua casa em Paisley Park esta manhã aos 57 anos", disse Yvette Noel-Schure, adiantando não haver detalhes sobre a causa da morte.
O músico norte-americano foi encontrado inanimado esta quarta-feira na sua casa, no Minnesota, o complexo Paisley Park, onde vivia e tinha instalado o seu estúdio, e foi declarado morto cerca das 12.00, 18.00 em Portugal Continental.
Pouco antes de ser confirmado o óbito, o site TMZ avançou que a polícia estava a investigar uma morte em Paisley Park, a propriedade do músico norte-americano, autor de êxitos como Purple Rain e Kiss.
Segundo a CBS, a polícia foi chamada à residência de Prince às 09.43 locais.
Um responsável da polícia confirmou que a polícia e os serviços médicos foram chamados a Paisley Park devido a uma ocorrência envolvendo uma morte, sem confirmar o óbito nem a identidade da pessoa.
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O músico tinha sido internado de urgência a 15 de abril com uma gripe. O avião privado em que Prince seguia teve de fazer uma aterragem de emergência no Illinois para prestar cuidados ao cantor.
Um músico influente
O compositor e intérprete norte-americano começou a chamar a atenção nos anos 70 com a sua música que misturava jazz, funk e disco. Nas três décadas seguintes manteve-se como um dos mais inovadores e excêntricos músicos pop norte-americanos.
Durante a sua carreira, ganhou sete Grammy e um Óscar pela canção Purple Rain, em 1984.
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Influenciou outros músicos e vendeu mais de 100 milhões de discos.
Por um breve período, em 1993, o cantor decidiu mudar de nome e passar a ser conhecido como um símbolo ou "o artista antes conhecido como Prince". Era uma reação à indústria musical, com cujas práticas se mostrou abertamente em desacordo várias vezes.
Concertos em Portugal
Prince atuou três vezes em Portugal, a última das quais em 2013. O concerto encheu o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no dia 15 de agosto, um sábado. Tinha sido anunciado na quarta-feira anterior.
Nesse concerto, em que Prince recusou que fosse fotografado ou gravado, elogiou a cantora Ana Moura, que tinha visto em palco no dia antes, em Ílhavo. "A vossa rainha", disse sobre a cantora portuguesa. A fadista cantou com o músico norte-americano no Super Bock Super Rock em 2010.
Em digressão pelos EUA, Ana Moura ainda não quis falar sobre a morte do artista. Há uma hora mudou a fotografia com que se apresenta na sua página oficial para um quadrado negro. Amanhã atua em S. Francisco.
Em novembro, após os atentados de Paris, o cantor decidiu adiar a sua digressão europeia que deveria começar no dia 24 desse mês.
Tinha lançado o último disco, HITnRUN em dezembro de 2015.
O cantor estava em digressão pelos EUA. Foi depois de um destes concertos, em Atlanta, que o se sentiu mal e teve de ser assistido de urgência. Segundo a imprensa norte-americana, cancelou vários concertos depois.
Prince Rogers Nelson, nome verdadeiro do músico, nasceu a 7 de junho de 1958, em Minneapolis. Escreveu a primeira canção com sete anos. Ao longo da sua carreira sempre rejeitou falar da vida privada. Foi casado duas vezes. A primeira com a ex-bailarina Mayte Garcia, de quem se divorciou em 2000. A segunda vez com Manuela Testolini.
Reações pelo mundo fora
As redes sociais enchem-se de mensagens lembrando o músico.
A surpresa de Samuel L. Jackson:
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Spike Lee disse que tem saudades do seu irmão. "Prince era um gato divertido".
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"Pior dia de sempre", disse Boy George.
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O músico Quincy Jones no twitter:
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... E em Portugal
Nuno Braancamp, da Ritmos e Blues, responsável por trazer Prince a recintos nacionais, relembrou ao telefone na SIC que o músico chegou atrasado a um dos seus concertos mas "cativou o público logo na primeira música", aliás "aquele palmo e meio de gente cativava qualquer plateia".
Pedro Gonçalves (Dead Combo): Prince deixa uma "obra enorme" de "música transversal" que "só quem não ouve música, pode não ser influenciado".
Sónia Tavares (The Gift): ficou "perplexa" quando soube da noticia através das redes sociais. Cresceu ao som de Prince, fosse em casa, nas discotecas, nas matinés.
Paulo Furtado (The Legendary Tigerman): "artista incontornável", "símbolo do funk, soul e rock n roll" que por muitas vezes "navegou em água traiçoeiras [do kitsh/ mau gosto], mas sempre soube agarrar as pessoas".