João Ferreira-Rosa "foi um irredutível defensor do fado tradicional, que fez uma carreira de mais de 50 anos interpretando sempre fado tradicional, autor de vários poemas, como 'Triste Sorte', e também de melodias, sempre no veio tradicional, como os denominados Fado Alcochete e o Fado Pintéus", disse à Lusa Julieta Estrela de Castro, presidente da APAF..A responsável realçou "a longa carreira com êxitos que são, hoje, incorporados nos repertórios de outros fadistas e, rapidamente, reconhecidos pelo grande público, casos do emblemático 'Embuçado', 'Triste Sorte', 'Acabou o Arraial' ou 'Fragata', este último que interpreta no fado Vianinha"..O criador de "Os Saltimbancos" (Isidoro Maria d'Oliveira/Fado Mouraria) "foi senhor de uma voz muito característica e uma divisão do verso perfeita, que entronca na mais legítima escola fadista, com uma interpretação autêntica, logo única, fator diferenciador e essencial no fado"..O fadista João Ferreira-Rosa, de 80 anos, morreu hoje de manhã no hospital de Loures, nos arredores de Lisboa, disse à agência Lusa fonte próxima do artista..João Ferreira-Rosa nasceu em Lisboa, na freguesia de S. Mamede, em 16 de fevereiro de 1937, tendo-se estreado, profissionalmente, em 1961. O fadista foi casado com a pianista Maria João Pires e em segundas núpcias com a pintora Ana Maria Botelho (1936-2016).