Cinema com licença poética

A Academia das Musas, José Luis Guerín
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Cineasta de profunda sensibilidade no contacto da câmara com qualquer ambiente que se proponha observar, José Luis Guerín é uma das ausências mais sentidas na distribuição portuguesa.

Desde Comboio de Sombras, de 1997, que não estreava nada seu nas nossas salas, sendo possível o acompanhamento da obra apenas no circuito de festivais ou na Cinemateca. Por isso, é com extremo agrado que se recebe a estreia de A Academia das Musas, mais um trabalho do catalão que experimenta a porosidade entre o documentário e a ficção, dois pólos sobre os quais a sua filmografia oscila, desde Los motivos de Berta (1984). Constituindo-se, ainda assim, um projeto eminentemente ficcional, de cariz independente, A Academia das Musas é um ato de imersão cinematográfica no discurso de um professor de Filologia, que, com licença poética, se faz rodear de musas: alunas que vão correspondendo a uma certa ideia de amor intelectual.

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Não há aqui atores profissionais, mas pessoas reais que refletem, pelo movimento e ilusão das palavras, uma ideia de cinema. E esta é plenamente alcançada, por um também grande cinéfilo.

Classificação: ****

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