CDS e PCP questionam ministro sobre encerramento da "Cornucópia"

Deputadas centrista e comunista prometeram insistir para saber se se trata de uma situação "irreversível"
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Os grupos parlamentares de CDS-PP e PCP anunciaram hoje que vão apresentar requerimentos questionando a tutela sobre o encerramento do Teatro da Cornucópia, que deve acontecer sábado, por dificuldades financeiras.

A deputada centrista Teresa Caeiro e a comunista Ana Mesquita prometeram insistir, "de forma empenhada", para saber se se trata de uma "situação irreversível" e se é "isolada", bem como que diligências pretende o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, tomar relativamente à matéria.

"O CDS vai questionar, de imediato, o Ministério da Cultura sobre quais as medidas tomadas para impedir que isto acontecesse", disse Teresa Caeiro, lembrando que o ministro da tutela falara há uma semana de "mais verbas e condições para distribuir mais três milhões de euros para apoio à criação artística através da Direção-Geral das Artes".

A parlamentar do CDS-PP classificou a "Cornucópia", em atividade há 43 anos e fundada por Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo, como "uma das estruturas de teatro mais relevantes de Portugal, um expoente máximo e referência para atores, encenadores, produtores e todo o público".

"O PCP lamenta esta decisão anunciada pelos responsáveis de uma companhia icónica em Portugal com grande historial e relevância cultural, fruto de uma política seguida ao longo dos anos por diversos governos na área da cultura", afirmou Ana Mesquita.

A deputada comunista defendeu existir uma "desadequação do atual modelo de apoio às artes e a necessidade de reforço do financiamento da cultura".

"O PCP foi o único partido a apresentar uma proposta de reforço às verbas de concursos de apoio às artes na discussão do Orçamento do Estado para 2017", recordou.

A estreia da "Cornucópia" deu-se com a peça "O Misantropo", de Molière, a 13 de outubro de 1973, no antigo Teatro Laura Alves, na Rua da Palma, em Lisboa, hoje transformado numa sapataria.

Em 1975, a companhia mudou-se para o Teatro do Bairro Alto (antigo Centro de Amadores de Ballet), onde permaneceu até à atualidade.

Entretanto, o Ministério da Cultura já tinha lamentado a decisão por parte de "uma das estruturas de teatro mais importantes da história do teatro português", em comunicado.

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