A música íntima do amor

O AMOR É UMA COISA ESTRANHA Ira Sachs
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Um dos abraços mais comoventes que vi nos últimos tempos está neste filme. John Lithgow e Alfred Molina são os atores que se unem nesse gesto comovente, com eco em cada detalhe de O Amor é Uma Coisa Estranha. De facto, não é possível pensar neste filme sem percorrer a sua estrada emocional, cheia de semáforos narrativos que nos levam a parar para viver com as personagens, e experimentar a sua contida mágoa.

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Ben (Lithgow) e George (Molina) são um casal homossexual que, oficializando a relação 39 anos após iniciarem vida conjunta, se veem obrigados a deixar o apartamento, devido ao despedimento de George, professor de música numa escola católica. Atrás da situação embaraçosa de pedir sofá aos amigos e familiares, enquanto procuram casa, vem a própria complicação do mercado imobiliário, que vai corroendo a esperança e resiliência dos dois.


Fugindo ao retrato arrumadinho e superficial de uma situação temporária, o filme de Ira Sachs tem a delicadeza e sinceridade de um Make Way for Tomorrow (1937), de Leo McCarey, que se encontra aqui com as notas de Chopin, cientes de uma tristeza suave.

classificação: ****

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