14 mil coletes salva-vidas para obra de arte de Ai Weiwei

O artista dissidente chinês Ai Weiwei vai criar uma obra de arte com 14 mil coletes salva-vidas que os refugiados têm abandonado na ilha grega de Lesbos, anunciaram hoje as autoridades locais.
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Segundo a mesma fonte, a obra será posteriormente exposta em Berlim e tem por objetivo "a mobilização da comunidade internacional contra o crime cometido todos os dias no mar Egeu pelos traficantes de seres humanos".

Os coletes, geralmente de má qualidade, são fabricados em empresas de roupa na Turquia e os traficantes vendem-nos por um preço elevado aos refugiados que se prepararam para fazer a travessia.

Ai Weiwei já dissera que ia instalar em Lesbos, a ilha mais afetada pela chegada diária de barcos com refugiados, um atelier para chamar a atenção para esta situação, no qual estudantes da China e da Alemanha farão projetos relacionados com a crise humanitária.

O ativista chinês foi retratado pelo fotógrafo indiano Rohit Chawla na costa de uma praia em Lesbos, simulando a imagem do pequeno Aylan, um menino sírio que se afogou ao tentar chegar à Grécia em setembro e cuja imagem se tornou um símbolo do sofrimento dos refugiados.

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Quando o jornal India Today pediu a entrevista ao artista chinês ele disse que o seu estúdio era a ilha de Lesbos, porta de entrada dos refugiados na Europa.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), enquanto em janeiro de 2015 os registos indicam que chegaram por mar à Grécia cerca de 1.400 refugiados, o mês passado esse número ultrapassou as 62.000 pessoas, havendo a registar, no mesmo mês, 276 mortos, incluindo 60 menores de 18 anos, em diversos naufrágios.

Lesbos constituiu a principal porta de entrada para os mais de 800.000 refugiados e imigrantes, muitos deles sírios, que chegaram em 2015 à Grécia, vindos da Turquia.

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