Um fim de semana para contemplar e acalmar
Entre o arvoredo da serra, voltado para o mar, com as suas fachadas brancas, o Convento da Arrábida é um cenário idílico e encantatório que convida a parar e a contemplar. É esse o objetivo do retiro de mindfulness que ali vai decorrer no próximo fim de semana, numa iniciativa da Fundação Oriente, proprietária do imóvel. Datada do século XVI, a construção religiosa vai acolher durante dois dias um grupo de pessoas dispostas a abrandar o ritmo sob a orientação de Mário Rodrigues, o facilitador do retiro.
"É um retiro de meditação mindfulness, com várias práticas de meditação, compaixão, um período de silêncio para contemplar e desacelarar do ritmo frenético do dia a dia", explica o professor certificado de Mindfulness Based Stress Reduction (MBSR), que já vai na segunda edição desta iniciativa, depois da estreia em 2019. "O objetivo é ter um fim de semana em que possamos parar e cuidar de nós", diz, considerando o Convento da Arrábida "um cofacilitador", uma vez que, tendo já sido local de contemplação, proporciona essa experiência aos participantes.
Desta vez, o retiro começa precisamente com uma visita guiada ao espaço, fundado em 1542 por Frei Martinho de Santa Maria, franciscano castelhano a quem D. João de Lencastre, primeiro duque de Aveiro, cedeu as terras da encosta da serra. Depois, iniciam-se as atividades pensadas por Mário Rodrigues para abrandar o ritmo, praticar a aceitação e a compaixão, reduzir os níveis de ansiedade e de stress e aprofundar a prática e conhecimento da Mindfulness.
Tudo de forma flexível, sem que os participantes tenham necessidade de andar a esconder-se como se parodia nos filmes de Hollywood caso não tenham vontade de fazer alguma atividade. "Não é rígido, podem ficar a dormir a sesta se lhes apetecer", garante Mário Rodrigues. Mas a experiência completa - com preços que variam entre os 165 euros (quarto single sem transporte) e os 200 euros (quarto duplo com transporte) - vai valer a pena e dar frutos. Mesmo para quem não tem por hábito entregar-se a este género de práticas. "Todos conseguimos fazer meditação. Do menos ao mais stressado. Do mais novo ao mais velho", assegura. "A meditação é uma coisa que parte de nós". E para meditar, conclui, basta ter âncoras, usar a respiração, os sentidos.